domingo, 12 de abril de 2015

Hoje eu vou tomar um porre, não me socorre, que eu tô feliz!

Fazia muito tempo que eu não tomava um porre, um porre daqueles de gente grande mesmo. Eu tenho uma tolerância alta com destilados, já cheguei a beber uma garrafa de cachaça com mais dois amigos e não fiquei bêbada. Mas com fermentados a coisa não fica muito boa. Vinho é a minha bebida favorita do mundo todo, e quando eu fico bêbada de vinho - acontece pouquíssimo, as acontece - eu fico meio possuída pelo ritmo Ragatanga.

A Ragatanga me faz falar MUITO e, claro, muita merda. Vou tirando sarro das pessoas, faço dancinhas, conto histórias - eu geralmente não me lembro, mas os amigos me contam depois. O problema da Ragatanga é que eu falo merda por horas, e aí começo a passar mal. E me dá um blackout tão sério que eu acordo no dia seguinte sem nem saber onde estou ou como cheguei ali, Berenice segura, nós vamos bater, nada mais me lembro.

Ontem foi a noite do meu grande porre anual 2015. Tenho um grupo de amigos que é minha segunda família, e eles estiveram ao meu lado, segurando minha mão, desde a descoberta do câncer, cirurgia, o susto do ano passado, o alívio dessa semana. O apoio que recebi deles foi imenso: me acompanharam em exames, foram buscar resultados comigo, foram me buscar no hospital, me ouviram chorar, me ouviram lamentar, me mandavam mensagens, me ligavam. Tive todo o apoio da minha mãe, marido, e dos meus amigos.

Pois ontem foi com eles que eu comemorei que não tinha horcrux do Voldemort no meu corpo. Faltaram 3 pessoas essenciais nessa comemoração, mas sei que poderemos comemorar todos de novo, outras vitórias. Eu fiz risoto ao pesto, um amigo que também cozinha bem fez um lombinho assado, e ficamos lá, comendo, bebendo e conversando. Mas aí o vinho bateu. Eu acho que bateu forte daquele jeito porque a emoção era muito grande. Ou talvez porque esteja meio fraca de tanto tomar antibióticos pra sinusite. Ou talvez tenha sido tudo.

Eu fiz brinde e saí abraçando a todos. Chorei de soluçar abraçada a um amigo. Agradeci a presença deles. Dancei Macarena. Derrubei uma amiga no chão. Passei mal e fui socorrida. Acordei na cama de uma amiga sem nem saber como tinha chegado ali, e meu marido teve que me contar o que tinha acontecido. Saí de lá descalça, 6 da manhã. Que noite gloriosa!

Se tem uma coisa da qual eu orgulho é das amizades que eu fiz depois de adulta. Esse grupo de amigos começou pelo meu outro blog, fui conhecendo as pessoas, e aí todo mundo foi se gostando, mais pessoas chegaram, e estamos aí, não mais tão jovens, mas nos divertindo juntos até hoje. É uma enorme benção ter ao seu lado pessoas que te deixam 100% confortável, com quem você pode falar o que for que fica tudo bem.

Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi. E bebi.

Obrigada, meus amigos. Vocês são a riqueza da minha vida!