terça-feira, 23 de setembro de 2014

Caldinha de chorume no sundae de cocô

Você está lá, no meio de preparação pra mudança/dieta/falta de hormônio, tentando manter a cabeça erguida e o bom humor. Então decide ir ao showzinho de um amigo, que vai cantar. 7 da noite, no Itaim Bibi, vamos lá, tomamos uma cervejinha, nos divertimos, e voltamos pra casa cedo porque eu não posso comer nada fora de casa. Certo?

Tecnicamente sim. Mas a cidade, a violência, os filhos da puta, a desigualdade, tudo isso acabou dando no imprevisível: assalto a mão armada a 300 metros de nosso destino. Estávamos andando super distraídos, dando risada, numa área que é super familiar a mim. Quando percebemos, um casal estava em cima de nós, pedindo nossas coisas. Eu reagi, saí correndo. E aí o cara sacou a arma e mostrou ao meu marido. Eu não vi a arma, eu só senti o chão abrindo, e meu marido me puxando, me segurando e pedindo pra eu entregar tudo.

Entreguei.

Minha cabeça começou a pirar, eu só pensava que podiam ter atirado em nós, que meu marido podia ter sido baleado com a minha reação, que tudo podia ter sido uma tragédia. O fato de não ter acontecido uma tragédia não me ajudou a me acalmar. Tive uma crise nervosa, chorei sem conseguir parar, e só parei mesmo quando Thiago me disse que tinha conseguido bloquear meu celular através da operadora.

Nossos amigos nos ajudaram, depois ainda nos levaram pra sair e eu mandei tudo à merda e comi duas fatias de bruschetta com queijo derretido. Rebelde!

Não vou entrar na questão da sensação de impotência, revolta, etc etc. Porque senão eu vou ficar sempre em looping nesse assunto. Só vou dizer que esse ano está MESMO um híbrido de 2012 (câncer e problemas financeiros) com 2008 (questões familiares e assalto). Eu espero, de coração mesmo, que agora que chegamos ao fim do poço sendo assaltados, a gente consiga só subir. E sair dessa fase.

Hoje comecei a cintilografia (demora 3 dias), sexta começamos a mudança para um lugar melhor e maior, o resultado do exame sai na semana que vem. Mais uns dias só de dieta. Tudo vai começar a melhorar. TEM que melhorar.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Não é à toa

O que aconteceu do fim de julho pra cá:

- Eu descobri sobre o tumor mais agressivo, e que eu terei que terminar o tratamento do câncer.
- O professor que tinha mais turmas na minha empresa decidiu sair, e aí eu tive que sair correndo feito louca pra resolver as substituições.
- No dia seguinte ao aviso de saída do professor, soubemos que minha mãe passaria por uma cirurgia de emergência.
- A cirurgia seria no mesmo dia da minha audiência contra a Claro.
- Deu tudo certo na cirurgia (graças aos céus! e à médica competente), e eu passei um fim-de-semana de plantão cuidando de mamãe.
- A procura por substituto ao professor foi intensa.
- A Unimed me avisou que não tinha rede credenciada para o meu exame.
- Ficamos sabendo que teríamos que sair do apartamento onde estamos pois o dono quer vender.
- A Unimed me avisou que eles têm rede credenciada para o meu exame.
- Agendei o exame e peguei os procedimentos todos de preparação.
- Parei de tomar o hormônio.
- Achamos um apartamento legal.
- Entramos com a papelada.
- A fiadora foi negada.
- Saímos atrás de como resolver isso.

Sem hormônio, em dieta super restritiva, resolvendo questões de trabalho, planejando mudança e com exame agendado. Agendar o exame foi como se uma bigorna tivesse caído na minha cabeça. Tudo o que eu não tinha reagido antes, eu reagi na semana passada quando a preparação começou. E juntando com todo o resto, o que aconteceu foi que eu passei 5 dias chorando.

Fiquei três dias sofrendo sozinha, só depois consegui desabafar com o meu marido. Aí só depois achei que deveria conversar com uma amiga. Foi tudo muito difícil, porque ao mesmo tempo em que eu estava muito mal, eu não queria que achassem que era frescura minha. Então fiz algo que eu geralmente não faço, que é sofrer sozinha sem contar para ninguém. E minha gente, é horrível. Minha nossa. Sem querer falar a respeito, parece que a coisa só cresceu. Quando consegui conversar sobre meu estado, parece que eu estava numa bolha, e a bolha, então, foi murchando, e eu fui conseguindo sair dali pra respirar.

Agora estou bem melhor. Fui na acupuntura, fui ao centro espírita me benzer, conversei com amigos bem próximos. Meu marido está sendo muito compreensivo, é claro. Resolvi listar tudo o que aconteceu num período de um mês até pra eu realmente dimensionar o motivo de minha queda emocional na semana passada. E percebi que esse ano teve diversos acontecimentos, pequenos e outros nem tanto, mas a maioria ruins. Nenhuma tragédia, mas uma sucessão de coisinhas, até que rolou um acúmulo de coisas mais sérias, e não há quem consiga lidar com tudo isso sem cair.

Eu caio, eu me deixo cair, eu choro mesmo. Mas eu levanto depois, porque a verdade é que eu não tenho escolha. Fico sempre pensando: eu sou mesmo forte, ou eu sou apenas produto da necessidade? Porque eu não tenho como parar. Eu não tenho a escolha de dar um tempo. Se eu parar, eu não ganho dinheiro, eu acumulo dívidas, parar não é uma escolha.

O que ficou dessa semana negra é que eu não sei guardar o que estou sentindo. Eu fico muito pior. Falar, falar é o caminho. E ainda bem que eu tenho ao meu redor pessoas com quem posso REALMENTE contar.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Mais essa

Foram dois endocrinologistas e uma cirurgiã de cabeça e pescoço. Uma biópsia, feita com os pequenos tumores (eram pequenos mesmo) retirados de minha falecida tireóide. Quase dois anos da descoberta do câncer. É muito tempo, né. Tudo isso pra eu descobrir que um dos pequenos tumores estava começando a se comportar como agressivo, e que ele não estava encapsulado - ou seja, estava começando a querer se espalhar.

Isso estava lá na biópsia, que dois médicos e a cirurgiã leram. Mas nenhum deles me contou isso. Estou há dois anos lidando com a terapia hormonal, com o controle do TSH, mas sem saber que um dos tumores era o Voldemort ressuscitado, e não o Voldemort no começo da saga HP.

Descobri isso na terceira médica, que olhou a biópsia, e já me soltou essa bomba. "Mas você não sabia?" Não, não sabia. "Mas você já fez a cintilografia, não fez?" Não, não fiz, os médicos anteriores acharam desnecessário porque meu nível de tireoglobulina é baixo. "Mas a cintilografia e a iodoterapia são parte do tratamento do câncer! Não tem motivo para excluí-las" Pois é, doutora. Taí o motivo da senhora ser a terceira médica em dois anos. Eu sabia que tinha que fazer essas coisas, mas não posso entrar louca no hospital falando "me dá uma pesquisa de corpo inteiro pra agora, por gentileza"

Já fiquei brava, já me acalmei, já fiquei muito preocupada e chorei, já me acalmei de novo. Hoje eu já chorei, mas passou. Lá vem o pessoal do "deixa disso" me dizer que nem devo me preocupar, que vai ser tranquilo o exame, a iodo também, e bla bla bla.

Olha só. Eu sei que não vou morrer. E que se o câncer tiver espalhado, o iodo radioativo mata essa merda. Mas eu não queria ter que lidar com isso depois de dois anos. Eu queria estar livre de ter que passar por tratamento. Eu queria nunca nem ter tido essa caralha; mas já que tive, já que fiz cirurgia, já que estou há dois anos super controlada nos hormônios, eu queria que agora eu estivesse realmente despreocupada, dentro do possível.

Para a cintilografia tenho que entrar em hipotireoidismo. Parei de tomar o remédio, e a partir dessa semana entrarei em dieta - não posso consumir iodo, mas tudo tem iodo. Então uso sal especial e só posso comer em casa. O hipo deixa a gente mole, cansada, lerda, com memória fraca. Tudo que não preciso é ficar cansada e lerda agora.

Continuo super consciente de que isso tudo aí que contei é nada perto de quem faz quimioterapia. Ainda assim, a preocupação é grande. E que médicos são esses? Tive que passar por 3 pra conseguir o pedido do exame que eu deveria ter feito no começo do ano passado. Passar por tudo isso agora é pensar que ainda pode existir horcrux no meu corpo. Achei que tivesse dado um avada kedavra definitivo, mas o Voldemort é mesmo muito engenhoso.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Sê mulé

Hoje eu acordei macambúzia, e assim fiquei o resto do dia. Aconteceu algo ruim? Não. Algum problema sério? Não. Problemas de trabalho? Bem, meus dias não têm sido flores, mas não, nada muito específico aconteceu. Estava sem entender nada. De onde vem esse desânimo que nem sei o que é? De onde vem essa vontade de chorar que não tem razão de ser? Passei o dia me arrastando, sem vontade de nada, não quis nem resolver coisas de trabalho com a professora que me ajuda - e ainda falei "kiridinha, hoje só amanhã, preciso refletir". Tá, eu não falei "kiridinha", mas eu disse sim que precisava refletir. Refletir sobre o motivo dessa leseira, era isso que eu precisava. Sei lá por que caralhos comecei a ver vídeos de yoga no YouTube, e cheguei a um vídeo sobre aliviar a TPM.

PAM!

É isso. TPM.

Não fiz nenhum exercício de yoga - vejam bem, eu já não me exercito quando estou feliz, imaginem se vou me levantar da cadeira pra me exercitar em um dia em que estou esmorecida - mas, pelo menos sei que essa apatia toda tem um nome, e esse nome é "Hormônio Fio de um Cão Sarnento". Ou simplesmente: Sê Mulé Ô Dificuldade.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

A primeira


Texto do Instagram:

Sim, é nerd. Eu poderia dizer "entendedores entenderão" mas ninguém tem obrigação de saber o que é isso aí (exceto professores de inglês). É "English" escrito com símbolos fonéticos.
Eu queria que a primeira tatuagem fosse muito muito pessoal e que tivesse um significado importante pra mim.
Nada mais pessoal e significativo que o nome da língua que eu amo do fundo do coração. Do idioma que me proporcionou não só trabalho, mas inúmeras experiências de vida maravilhosas. Meu sustento, minha paixão, amor para sempre.


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Depois eu conto aqui o dissabor que foi a discussão que tive com um linguista sobre essa tatuagem. Para eu contar tenho que fazer uma colagem de todos os dicionários pra que fique muito claro que eu estou certa. AHAHAHA

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Já estou LHÔKA querendo uma segunda tatuagem. E se eu vencer essa fase difícil, vai rolar mesmo. Ainda esse ano!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Sobre o texto anterior

Meninas, eu não odeio borboletas nem tatuagens de borboletas e não julgo quem tatua borboletas. Eu só não quero em mim porque acho toooooo girlie! É só isso!

Não quero ninguém ofendida(o), aqui é só amor! S2

terça-feira, 27 de maio de 2014

Feito tatuagem

Houve uma época em que eu jurava de pés juntos que jamais tatuaria borboleta, estrela ou coração, também conhecida como a tríade mulherzinha. Eu tinha certeza que ter qualquer um desses três desenhos fazia a pessoa ganhar pontos na escala Ursinhos Carinhosos de fofura, e caso tivesse as três, um unicórnio apareceria vomitando cor-de-rosa com glitter bem na cara da pessoa. Eu nunca fui uma mulher muito mulherzinha, não curto frescuras, e realmente não estava a fim de fazer parte do clube dos Ursinhos Carinhosos Rosa que Têm um Unicórnio.

Hoje em dia eu simpatizo muito com corações, e digo, sem vergonha nenhuma, que tatuaria algum coração em mim. Não sei onde, nem como seria, mas acho bonitinho. Estrelinhas são muito adoráveis também. Mas borboletas, nem fodendo. Basicamente assim, e sei que não faz sentido nenhum, mas enfim - fofura tem limite e no meu peito ainda bate um coração preto e peludo.

Não tenho tatuagem nenhuma porque nunca consegui pensar em um desenho legal para uma primeira vez (ui). Adoraria ser uma pessoa desapegada, que tatua qualquer coisa aleatória, tipo um diamante (acho lindo!) sem aquilo ter significado nenhum. Acho que a primeira tatuagem tem que dizer algo para mim. E, mais uma vez, digo: sei que isso não faz muito sentido, pois tatuar desenhos bonitos só porque são bonitos me parece um motivo muito razoável para enfrentar agulha e aquele barulhinho de motor.

Já sei qual será a segunda tatuagem, mas a primeira quero que seja pequena e cheia de significados. Para mim e para a minha besteira mental. Aí hoje, finalmente, consegui pensar em algo que realmente faz sentido pra mim: vou tatuar assim ó: Thiago, meu mozão.

BRINKS

Vai ser "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

Não. Claro que não. Vai ser algo nerd. Que tem a ver com a minha profissão.

Agora estou aqui, louca, alucinada e criança, desesperada para marcar logo com o tatuador e fazer o orçamento.

Assim que eu fizer, eu mostro aqui.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

HONY e trabalho



"I separate and fold the linen."
"How'd you get that job?"
"Prayed for it."

- Eu separo e dobro roupas de cama.
- E como você conseguiu esse trabalho?
- Eu rezei por ele.

"Humans of New York" - ou HONY, para os íntimos - é, sem sombra de dúvidas, a minha página favorita no Facebook. Eu admiro profundamente o criador do site, acho o projeto dele incrível (confesso que sinto muita vontade de fazer algo parecido aqui em São Paulo, mas não tenho tempo e nem sou tão boa assim em jogar conversa fora até arrancar uma confissão que faz a gente chorar) e sempre me emociono com as fotos e com o que as pessoas falam. 

E aí que hoje eu tive um dia ruim. Outro. Em poucas palavras, eu perdi meu maior cliente na quinta passada, pois a empresa foi vendida. 4 turmas que pagavam bem. E hoje, no fim da tarde, uma outra turma, de outra empresa, me avisou que vai parar o curso. Eu não sou mais uma pessoa trabalhando sozinha. Eu tenho pessoas que trabalham comigo, e precisam da grana. Assim como eu. E isso de ter pessoas que precisam da grana, pessoas legais que você não quer perder de jeito nenhum, é uma responsabilidade do caralho.

As coisas foram acontecendo comigo. Eu fui deixando as coisas acontecerem, conforme as oportunidades surgiam. Meu sonho de juventude era ser tradutora, não empresária. Mas a vida é assim, e eu abracei com toda a minha força os caminhos que apareceram. 

Hoje foi um dia ruim, mais um em menos de uma semana, em que eu me questionei muito. Estou há dias assim. Por mais que toda empresa esteja sujeita a perdas, isso é normal, é mais difícil lidar com isso quando a responsabilidade é sua, e quando você não tem meios de dividir esse ônus - nem o financeiro e nem o da responsabilidade em si. Fico perguntando ao meu marido se isso tudo vale a pena, quando na verdade eu sei a resposta. Só quero um carinho em forma de resposta. Vale a pena, por mais que doa. 

A questão é que sempre que as coisas começam a melhorar, quando eu começo a planejar coisas novas, quando eu estou realmente bem, SEMPRE acontece algo que revira tudo. A vida, essa puta velha, adora curtir com a minha cara. Ela fica lá, gargalhando de boca com a boca aberta, aquela boca já quase sem dentes. Já perdi TUDO de um dia pro outro duas vezes. Uma em 2008, outra em 2012, e agora essa. Mas dessa vez eu não perdi tudo. Eu ainda tenho alguma coisa.

Tenho professores incríveis que estão comigo, tenho contatos, e, acima de tudo, tenho uma gana que nem sei de onde vem pra correr atrás das coisas. Pode levar um tempinho e devo ficar apertada de grana, mas eu não perdi tudo dessa vez. Esse ano não será 2012 de novo. Nunca. Não admito. Penso assim, mas estou triste, né. Não tem como. Triste e preocupada. Não quero perder nenhum professor, e não quero que ninguém passe perrengue. EU não quero passar pelos perrengues que já passei.

Então eu estava lá, no Facebook, aquele Triângulo das Bermudas, quando vi essa foto e li a legenda que a acompanhava. Fiquei emocionada. Longe de mim dizer que enquanto eu choro por cliente perdido, esse homem agradece a Deus por dobrar roupas de cama. Esse tipo de análise é tão raso que nem vou explicar. Fiquei emocionada porque achei bonito ele rezar por um emprego e conseguir. Fiquei emocionada porque sei que por mais puta velha que a vida seja, ela nos sorri muitas vezes. Mesmo que seja um sorriso tímido, discreto. Melhor esses pequenos sorrisos do que a gargalhada escancarada de escárnio. Então, se eu puder rezar por algo, é por isso: que a vida me sorria sempre. Com sinceridade. Ainda que discretamente algumas vezes.





quinta-feira, 15 de maio de 2014

Dia de crise e a culpa é das estrelas

Eu vou fingir que não recebi uma notícia ruim de trabalho hoje de manhã, e que essa notícia me deixou meio sem chão, meio desesperada pensando no que farei, mas ao mesmo tempo já pensando em possíveis soluções. Vou fingir que nada de ruim aconteceu. Tá, gente? Tá tudo bem. Por isso eu vou ali ao meu lugar favorito do mundo almoçar e vou comer bolo de pistache de sobremesa. E tomar café que vem com brigadeiro. Vou fazer tudo isso porque não aconteceu nada de ruim.

Mas então. E "A culpa é das estrelas, hein?". Viram minha estratégia de mudar de assunto? Perfeita. Então, eu não li esse livro porque logo que descobri que estava com câncer, decidi que ia ler algo tranquilo, e assistir muitos seriados. Comentei com uma amiga que estava pensando em comprar esse livro, eu nem sabia do que se tratava. O que se seguiu foram frases claramente ditas em caps lock.

- VOCÊ NÃO VAI LER ESSE LIVRO AGORA. ESTÁ ME ENTENDENDO? VOCÊ NÃO VAI LER. PROMETE PRA MIM QUE VOCÊ NÃO VAI LER, VAI COMPRAR MARIAN KEYES, SEI LÁ.

Ela foi tão enfática que eu realmente não comprei esse livro, nem procurei saber mais. Desconfiei que devia ter algo de câncer, aí comprei um livro da Marian Keyes. Mas nesse livro tinha câncer também. RYSOS, Universo me zoando.

Aí eu estava numa livraria outro dia e comecei a folhear esse livro. E tudo fez sentido. O caps lock falado da minha amiga. Porque a personagem principal tem câncer. DE TIREOIDE. Mas vocês podem imaginar o que seria de mim se tivesse lido esse livro naquela época. Ainda não tive coragem de ler nem agora.

Enfim, o filme de "A culpa..." será lançado. E juro pra vocês que só de ver o trailer eu já choro. Só de ler o post no Papel Pop falando do filme, eu já choro. Estou com uma grande dúvida. Devo ler o livro antes de assistir o filme? Ou assistir direto, na raça mesmo? NÃO assistir o filme não faz parte dos meus planos, acho que tenho que encarar esse treco aí.

Outro dia falei pro meu marido que quero assistir o filme, e ele: "vou levar muitos lenços de papel pra você e ficar segurando sua mão, tá?". S2 Mas estou pensando se não seria melhor ir sozinha e deixar o berreiro correr solto, chorar de boca aberta mesmo, e encarar como uma expurgação. Não que meu marido reprima o meu choro, mas estou mesmo pensando se não é melhor eu ir sozinha. E continuo na dúvida: leio o livro primeiro? Assisto o filme? O que vocês acham, hein?

terça-feira, 8 de abril de 2014

Eu queria escrever aqui sobre o final de HIMYM; como as pessoas hoje em dia acham que só o que elas pensam é certo; queria contar sobre as aulas de circo; sobre a dieta que eu tento seguir e como eu não acredito em nada restritivo; e também comentar como as pessoas acham que são melhores que as outras até por causa da dieta que fazem; e também como me enche o saco radicais de direita e radicais de esquerda; sem deixar de comentar que as pessoas acham que suas vidas e seus trabalhos são a coisa mais importante do mundo, e ficam ininterruptamente falando sobre isso sem ouvir o outro. Queria escrever sobre essa polêmica nova da Popozuda, da prova, do professor, do funk. E como eu REALMENTE acho que o preconceito com o funk é porque é música de pobre. Tenho muito a falar sobre tudo isso.

Mas estou atrasada pra dar uma aula.

É isso.

quarta-feira, 19 de março de 2014

(hashtag) 365empreendedoras e Plano Feminino


Não canso de me surpreender com o desenrolar da vida. Por causa de duas indicações para aula, conheci a Viviane Duarte, dona e idealizadora do Plano Feminino, um portal sobre empreendedorismo feminino. Fizemos uma reunião para que eu apresentasse o trabalho da minha empresa, a Evolve Languages. A Vivi queria aulas, e eu estava lá pra falar sobre isso. Apresentei meu trabalho, e desandamos a conversar. Contei a ela como o negócio funciona, como eu cuido de tudo sozinha, como desenvolvi a filosofia de ensino, e por aí vai. Conversa boa!

Umas semanas depois, a Vivi me contatou com uma proposta muito, muito legal. Irrecusável. Ela tem um projeto chamado #365empreendedoras, onde mulheres que abriram seu próprio negócio, na garra mesmo, falam um pouco a respeito. E eu seria parte desse projeto. Tomei na hora, claro! E saí do encontro me dando uns beliscões pra ver se era mesmo verdade.

Pode parecer pouco. Mas não para mim. Eu realmente quase perdi tudo duas vezes, e foi bem difícil levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Ainda estou dando essa volta, na verdade. Durante muito tempo eu relutei em me chamar de empresária ou empreendedora. Na verdade, meu marido e algumas pessoas próximas foi que me disseram "então, sabia que você é uma mulher empreendedora?". Não, sou só uma professora com um micro-negócio, só isso.

Achava que precisava melhorar muita coisa antes de divulgar minha empresa. Não tenho nem escritório fixo ainda. E meus tutores do CELTA (certificação de professora da Cambridge University), será que vão achar que faço um bom trabalho? Passei alguns anos só pensando "um dia eu divulgo, ainda não estou pronta". Até que ele, sempre ele, meu marido, me deu uma chamada séria. "Camila, você TEM que aprender a se vender. Você depende disso".

Não sou louca ególatra, então tudo pra mim tem um limite. Mas eu aprendi, na marra, a vender o meu trabalho, a me impor, a mostrar que o trabalho que fazemos é sim um trabalho legal. E por causa dessa mudança de postura, eu consegui novos clientes. E por causa dessa mudança de postura, a Viviane achou meu trabalho diferente, legal, e me chamou para ser uma das 365 empreendedoras. Desde ontem eu estou que não caibo em mim de felicidade. A empresa é micro, mas é minha. Fui eu que construí a reputação boa que ela tem. Fui eu quem organizou a filosofia de ensino. Acho que posso, pelo menos por um tempinho, ficar orgulhosa de mim. Não posso?

A matéria você lê aqui.

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Depois eu posto aqui a entrevista toda, que eu respondi. A Vivi colocou só algumas partes, pra ficar mais conciso (eu falo demais e escrevo demais), mas eu acho que a entrevista ficou bacana! :)

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Eu fiquei meio sem graça com isso de "venceu um câncer". Essa parte d'eu ter ficado doente foi uma parte bem pequena da entrevista. Eu sei o que eu passei, mas sempre acho que quem teve que fazer quimioterapia, por exemplo, é que realmente superou a doença. Eu passei por um câncer, mas superação mesmo é do pessoal que passa por cirurgias maiores, que passa meses em tratamento. Uma amiga minha teve câncer de mama no ano passado, e foi difícil. Tudo foi difícil. Mas como dizem por aí, cada um sabe onde seu calo aperta, e o meu Voldemort, que foi Voldemortzinho, foi ruim também. Acho que a superação maior ali foi superar aquele ano maledeto, onde o câncer foi só a cereja de merda do bolo de chorume.

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Sempre acharei que a minha maior superação de vida foi a história do meu pai. Foi lidar com tudo aquilo e ainda continuar uma pessoa sã e que consegue se relacionar com as pessoas. Mas isso eu não ia falar na entrevista, né. Essa história eu deixo pra um livro que algum dia eu escreverei.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Pequeno momento

Eu no computador com mil abas abertas, meu sogro jogando pôquer online, música alta, meu marido cantando alto, minha cunhada no quarto com uma renca de amigos, minha sogra e a avó do meu marido cozinhando e conversando sem parar. Tudo ao mesmo tempo, mas cada um num cômodo das casas. Parece bobeira, e nem sei explicar o motivo, mas esse foi um dos meus momentos favoritos do dia. Talvez pelo contraste total com o horário do almoço, todos juntos falando ao mesmo tempo. Ou pouco antes, quando eu tentava trabalhar e todo mundo falava comigo. É bom cada um fazer suas coisas numa casa cheia de gente, cada um na sua. Mas é bom saber que logo mais estaremos todos falando alto e ao mesmo tempo de novo, em volta da mesa de jantar.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Reencontrar, pra quê?

Eu gosto de reencontrar amigos e amigas, pessoas que foram próximas de mim. Mas não sou a favor de reencontro de colégio, por exemplo. Já tive a minha fase de ir a reencontros só pra tombar com a gente horrorosa que me tratava mal, mas isso passou. Ótima fase em que me achei muito bonita e fiz a Tieta retornando ao sertão, de echarpe ao vento, várias vezes. Agora, pra mim, isso não faz mais sentido. Digam que é frieza, e pode até ser um pouco, mesmo. Mas pra que eu vou agitar reencontro com as loucas que estudaram comigo há mais de 15 anos? Qual é a necessidade disso? Marquei um reencontro há dez anos, e as pessoas reclamaram que marquei em "lugar gay". Me desculpe, kiridinha, mas reencontro no Habib's é coisa de gente uó, e eu sou apenas maravilhosa.

Tive a fase da dança de salão e eu tinha uma turma grande lá. Sempre soube que daquelas 20 pessoas, só umas 3 ficariam em minha vida, se muito. Foi exatamente isso, ficaram três, um é um irmão pra mim, mas aquele montão de gente a vida levou. A vida leva mesmo. E as afinidades vão se tornando cada vez menores. Era um grupo bem heterogêneo e cheio de coisinhas que me incomodavam, mas era divertido estar com as pessoas. Mais que isso, eu precisava estar com pessoas naquela época. Aí comecei a namorar, casei, e tudo seguiu. Eis que sei lá por que caralhos o grupo da dança está querendo voltar aos velhos tempo. Thanks, but no thanks. Meu amor pela dança será eterno, mas já passei da idade de ter turma grande seja onde for.

Não tem como resgatar uma fase que passou há tanto tempo. Simplesmente não tem. Pessoal do colégio fica lá no Facebook delirando falando pra marcar reencontro e eu só penso "kenhe voseeeeeeeee kiridinha?". Não lembro de metade das pessoas de lá. E quando mandam "saudade"? Sério, galerinha? Saudade de que, exatamente? Eu sinto saudade das minhas amigas próximas da época, e só. De resto, não foi um tempo bom pra mim. Saudade meu cu de azul. E as doidas do grupo da dança mandando que têm saudade de todos? Brother, nem, hein. Tô de boas disso aí que vocês tão sentindo.

Podem me chamar de azeda. Mas acho que seria bem melhor pra todos se as pessoas vissem que grupos grandes não evoluem juntos. Que são poucos os que ficam - então vamos gastar energia com quem vale a pena? Nem tô a fim de ir e fazer cara de quem está se importando?

Vamos desapegar desse passado aí, mores. Vamos deixar passar.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A saga dos exercícios físicos

Mentira, se fosse uma saga eu estaria ao menos feliz com a aventura e ainda poderia contar minha história cantando, e com a barriga sarada. Mas não é saga, nem aventura, nem epopéia, é só tristeza mesmo. A tristeza de sempre achar que ficar em casa vale muito mais do que sair pra fazer exercícios. Couch beats gym, sempre. Eu tentei, hein. 3 meses de academia em 5 anos, 4 aulas de yoga, zumba em casa, Focus T25 em casa. Se tivessem me mandado estudar matemática talvez eu tivesse melhores resultados.

Academia é a coisa mais chata da face da terra. Fico irritada com a música, com a galera que se olha no espelho o tempo todo, com os caras que levantam peso e fazem barulhos que levemente me lembram o de atores pornôs na hora do orgasmo. Eu fico morrendo de vontade de rir. Sem contar as fias que vão pra academia com umas roupas que deixam os peitos quase todos de fora, calças atochadas e etcs. Numa muito boa, se for pra ver pata de camelo marcada na calça, peitos quase de fora e homens fazendo barulho de orgasmo eu prefiro ver pornô em casa, o que nos leva à minha afirmação do parágrafo anterior: sofá 1 x 0 academia.

A yoga eu realmente achei que fosse rolar. Pffffffffff, brinks, não achei, mas o importante é acreditar, já dizia a Xuxa. Na quarta aula eu percebi que a yoga despertava o pior em mim, e que toda aquela calma e aquele monte de respiração e paz interior tinham o efeito inverso. Fiquei com medo de me tornar psicopata. Minha vontade era falar "vamos agitar esse treco, bota uma Beyoncé aí, um Bollywood, vamos fazer uma dança indiana, chega dessa merda toda de ficar nessa posição duas horas morrendo de dor". Desisti, claro.

Exercícios em casa são legais, e foi o que mais gostei até o momento. Mas com o hipotiroidismo nas alturas, quando estou em casa eu só quero me sentar e ficar contemplativa, olhando pro infinito, sem mexer nem no controle remoto.

Aí na semana passada eu fui fazer uma aula de crossfit. Uma excelente ideia para quem é sedentária, realmente eu me superei nessa empreitada. Acabou a aula, eu não terminei o treino, e minha vontade era de me deixar cair no chão feito maria mole, espatifada, e aí chorar de boca aberta. Aquilo não é coisa de quem tem mãe, gente. É coisa de quem foi criado por um militar. É sofrimento. Tem gente que vomita. Como querer, de livre e espontânea vontade, ir num lugar onde algumas pessoas vomitam por causa do treino, outras têm vertigem, e outras querem chorar jogadas no chão, enquanto chamam pela mãe? Sandra de Sá ensinou a todos nós e devemos levar a sério: EU NÃO TÔ AQUI PRA SOFRER.

Ainda não desisti do projeto crossfit, porque entre academia e crossfit, fico com o último. Mas hoje eu me lembrei de dois tipos de exercícios que dão um excelente condicionamento: tecido acrobático e pole dance. Podem rir. Sei que amigas minhas vão achar absurdo eu pensar em pole dance. Mas eu só penso que é um tipo de dança, que vai me permitir treinar força e equilíbrio e vai me dar tônus. É só isso.

Vou testar as duas coisas essa semana. A vantagem de qualquer um dos dois é: se tudo der errado, ou eu fujo com o circo, ou viro stripper. E na vida, não há nada melhor do que ter opções de futuro.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Lista de livros

Na semana passada rolou um meme no Facebook, onde um amigo marcava seu nome e você deveria fazer um post com os 10 livros que mais marcaram sua vida. Ninguém me marcou pra eu fazer minha lista, mas em vez de fazer a *magoada* lá no Facebook, vou é colocar minha lista aqui - com mais de 10 livros, porque yo soy rebelde.

1. Reinações de Narizinho, Monteiro Lobato. Foi o primeiro livro muito grande que eu li, eu devia ter uns 8 anos. Eu retirava livros na biblioteca com regularidade, e embora isso seja visto como coisa de criança nerd, na minha escola isso era normal. Eu amava a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo, muito!

2. Alta fidelidade, Nick Hornby. Foi o primeiro livro mais pop que eu li. Quem me falou sobre o Nick Hornby pela primeira vez foi o Marco Aurélio, com toda a delicadeza do mundo ele disse algo como "lê esse autor que você vai amar, caralho". Verdade, eu li e amei e li muitos outros dele. Alta fidelidade ficou marcado por ser o primeiro e por ter frases geniais como "você ouvia música pop porque estava triste, ou estava triste porque ouvia música pop?". Esse livro também me fez parar para refletir sobre preconceitos musicais e literários, e toda vez que eu começava a pensar em "nossa, mas fulano gosta DISSO?" eu pensava em Rob Fleming e como ele foi pedante em vários momentos do livro.

3. A insustentável leveza do ser, Milan Kundera. Virou meu mundo amoroso de cabeça pra baixo e nunca mais eu olhei para homens e encontros com os mesmos olhos. Valeu, Tomas, pela sua teoria dos 3 encontros ou 3 semanas. Valeu mesmo.

4. As Brumas de Avalon, Marion Zimmer Bradley. Li os 4 livros umas 3 vezes. Minha tia falava muito da Morgana quando eu era criança e eu ficava super curiosa pra ler. Mas ela dizia que era livro de adulto. Aí com uns 19 anos, me achando muito adulta, eu li. E não consigo nem descrever o fascínio que essa saga despertou em mim. Eu vivia Rei Arthur, eu respirava Lancelot, eu amava Morgana, eu desprezava Gwenwyfar (Guinevere, aquela desenxabida). Por anos meu ideal masculino foi o Lancelot. Eu chorava porque queria ir pra Inglaterra, tentar descobrir onde era Avalon, e não tinha como por motivos de não tinha dinheiro.

5. As crônicas de Artur, Bernard Cornwell. Bernard é um historiador que retratou a história de Artur de maneira mais direta, menos mística, mais real, mais suja e fedida. Porque naquela época, geral era fedido mesmo. Mas Bernard, esse danado, escreve tão bem, mas tão bem, que só ele fez meu amor por Lancelot acabar. Larguei de mão. Bernard abriu meus olhos pra verdade: Lancelot era um bundão, um manipulador mesquinho. Bom mesma era sabe quem? Artur. Artur era um homem de honra. Um homem de verdade. E, ainda por cima, escovava os dentes e era limpinho. Até hoje acho que Artur era O cara.

6. A hora das bruxas, Anne Rice. É, pessoal, eu curto um misticismo, uma bruxaria, uns espiritinhos dominando a parada. Não vou negar. A saga das bruxas Mayfair também me deixou loucona, eu pensei até em me mudar pra New Orleans. Cheguei a ver programa de bolsa da faculdade e coisa e tal (ainda bem que não levei adiante, pois uns anos depois rolou o Katrina). As bruxas, o espírito maligno Lasher, que dominou as bruxas por séculos, gentê. Morri mil vezes por essa trilogia maravilhosa. A Anne Rice pirou o cabeção, eu sei. Mas acho que ela nunca foi boa das ideias, é só pensar nos livros que ela escreveu. De qualquer maneira, Anne mora em meu coraçãozinho.

7. Capitães da Areia, Jorge Amado. Chorei, como chorei com esse livro. De soluçar. Foi o livro que me fez ter vontade de ir pra Salvador.

8. Cem anos de solidão, Gabriel García Marquez. Por que eu li esse livro a primeira vez? Porque minha mãe me disse que chegou a pensar em me chamar de Amaranta, de tanto que gostou desse livro. Atiçou minha curiosidade. Quem seria Amaranta? Uma grande heroína? Foi uma decepção descobrir que ela era a personagem que ficou pra titia, e ficou tão pra titia que sentia desejo pelo sobrinho. Aí foi lá e queimou as próprias mãos. Amaranta era amargurada. Apesar de não entender o que leva uma mãe a querer esse nome pra filha (mas gente, não pensou que o nome podia trazer pra filha toda a vibração amarga da personagem? Não? Eu que sou doida? Eu jamais chamaria minha filha de uma personagem que morreu com o útero seco sem nunca ter trepado). A verdade é que eu fiquei tão fascinada pelos Buendía, inclusive pela Amaranta, que li e reli esse livro já umas 3 vezes. Que livro lindo, que história linda, Gabo, eu te amo.

9. O amor nos tempos do cólera, Gabriel García Marquez. Essa história. Esse livro. Florentino dizendo que todos os amores vão pro caralho e eu chorando e pensando "é verdade, Florentino, é verdade". Li na pior época amorosa da minha vida - na verdade, época não amorosa. Foi um sofrimento enorme, mas eu precisava ler tudo e expurgar meu desamor, eu precisava concluir que jamais queria esperar por alguém por mais de 50 anos. Eu chorei de doer o corpo com esse livro, mas foi uma das leituras mais importantes da minha vida. Ninguém merece ser Florentino Ariza.

10. Crônica de uma morte anunciada, Gabriel García Marquez. TALVEZ eu goste muito do Gabo, só talvez. Esse livro é GENIAL. Tipo, de verdade, e não o genial super usado de hoje em dia, em que café de coador é genial. Tô falando aqui de uma história que começa pelo fim e te prende e você quer investigar e ufa! Livro maravilhoso, faça um favor a você mesmo e leia esse livro.

11. Incrivelmente alto, extremamente perto, Jonathan Safran Foer. Que.livro.lindo.puta.merda. Eu não sei se eu chorei mais pelo menino ou pela mãe do menino, só sei que chorei muito, e quando vi o filme chorei mais. Talvez seja um dos filmes em que chorei mais. Meu marido disse que esse é campeão junto com "Não me abandone jamais".

12. Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis. Outro livro que achei genial, mas genial de gênio mesmo, d'eu parar pra refletir sobre o livro, durante a leitura, e pensar que o Machadão era tipo fodido de maravilhoso. A narrativa é incrível, e a ironia, ah, a ironia. Por que coxa, se bonita; por que bonita, se coxa?

13. Stardust, Neil Gaiman. Fábula liiiiinda, com uma personagem principal desbocada e impaciente. Eu me identifiquei muito com Yvaine. S2

14. O guia do mochileiro das galáxias, Douglas Adams. É tipo Monty Python, em livro. E tem frases memoráveis. E tem golfinhos que são mais inteligente que os homens. So long and thanks for all the fish. Tem a resposta para o sentido da vida, do universo, e tudo mais. E a resposta é 42 e ninguém sabe por que. Eu só odeio porque eu emprestei meu livro prum amigo, aí ele casou, se mudou e nunca devolveu meu livro.


Certeza que tem mais. Eu sempre li muito, mas de uns anos para cá, eu deixei de ler. Tenho lido bem pouco. Não dou conta de trabalho, casa, comida, trabalho, vida pessoal, seriados. Mas não estou feliz com isso, sinto que estou emburrecendo. Será que estou emburrecendo? Por um tempo eu cheguei a achar que não conseguia mais ler livros. Eu me distraía com tudo, tudo mesmo. Aí um amigo meu me disse que eu não devia me cobrar, porque se é algo que eu realmente amo, uma hora eu voltaria a ler muito. Porque tudo são fases, e não adianta me forçar a nada. Ele tem razão. Mas eu sinto falta de me apaixonar por uma história. Por um personagem. De enlouquecer e querer ir pro lugar onde a história se passa.

E vocês, têm uma lista de livros marcantes?

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Aquele vexaminho gostoso no Natal

Sempre passo o Natal com a família do meu marido, no interior do Ridijanê. Pensem num lugar quente. O calor do Rio é dureza porque não é só o calor, é a umidade, é aquele suadouro quando você acaba de sair do banho, é aquela coisa do corpo todo ficar molhado o tempo inteiro, e não de uma maneira sensual. Não tem como ser sensual quando seu buço sua o tempo todo. Sério.

Resolvi usar uma blusa de alcinha, e pensei que a melhor alternativa para conter os peitos era aquele invisible bra. Aquela parada que cola nas tetas, isso mesmo. Já usei em casamentos e deu certo, por que não daria certo lá, com uma simples alcinha?

Já foi difícil aquele trem colar com a transpiração no stop. Mas colei. Passei parte da noite me certificando que estava tudo no lugar - pensando agora, eu acho que as pessoas devem ter achado que tenho algum TOC com relação aos meus peitos.

A prima do meu marido levou o videogame e tinha jogo de dancinha. GEN-TEM, vocês sabem o quanto eu amo dancinhas? E jogo de dancinha? Pois bem, eu amo, não resisto. Já fiquei com torcicolo por me dedicar muito à coreografia de "Whip my hair" - o pescoço quase deslocou, mas minha pontuação foi máxima, SCORE.

Estávamos lá pulando horrores, dançando. Uma música, ok. Duas músicas, o sutião começou a dar uma soltadinha. Três músicas e eu dançava com uma mão livre a outra segurando um peito, mas parar de dançar, jamais. Quatro músicas e PAH, pari um sutiã. O danado escorregou e caiu pela blusa, caiu no chão, e a a família olhando pra mim. Recolhi aquele pedaço de borracha cor-da-pele do chão, chacoalhei no ar e disse "Ih, gente, caiu tudo, tá tudo solto aqui".

Guardei o invisible bra na bolsa. E como se nada tivesse acontecido, com a maior cara lavada do mundo, voltei à dancinha. Pulei menos, mas ganhei o jogo.

Flawless victory.