sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A piada em debate

Apenas assistam:


E aí me digam: O Facebook está ou não está igualzinho a essa sketch do TV Pirata?

A diferença é que nesse programa eles estavam zoando, e, no Facebook, o pessoal leva a sério.

E dá-lhe dizer o que acha de gente que ri disso ou daquilo. Já rolou essa polêmica sobre pode rir/não pode rir com basicamente todos os programas com humor da TV e da internet. Rafinha Bastos, Danilo Gentili, Pânico, e, agora, Porta dos Fundos. Já vi por aí discussões acaloradíssimas sobre esse último e sobre o quanto é overrated e sem graça. Porque se boa parte de um grupo de x pessoas não acha graça, você também não pode achar.

E tudo vira uma discussão politizada e embasada. TU-DO. E AI DE QUEM GOSTAR, porque quem gostar é isso e aquilo. Caras. Só digo uma coisa. Eu não recebi o memorando com a listagem daquilo que eu posso rir ou não posso rir. Basicamente porque eu rio da porra que eu bem entender. Eu tenho riso frouxo, e o fato d'eu rir disso ou daquilo não me torna racista e nem preconceituosa.

O último vídeo do Porta dos Fundos, onde há uma prostituta, é babaca. Não achei engraçado. Mas não achei desrespeitoso com as prostitutas. "Ah, mas trata a mulher como mercadoria". Gente, elas vendem sexo. Elas ganham a vida vendendo sexo. Elas pagam as contas delas vendendo sexo. O produto delas é esse, e, se no vídeo, uma delas anuncia uma promoção, ela está anunciando o que é dela e ponto final.

Os egressos do CQC são sem graça. Fazem piadas babacas. Mas desde que o mundo é mundo há gente fazendo piada babaca. A diferença é que antes não havia redes sociais pro pessoal disseminar o que é de seu agrado ou não. Eu não gosto. Acho os caras forçados. Então eu NÃO assisto, caralho. Não ou desenvolver uma tese de mestrado sobre os motivos de não gostar e ainda julgar quem acha graça naquilo. 

Saindo um pouco do âmbito dos humorísticos, hoje rolou um grande encontro de ruivas na Paulista. Eu sou ruiva falsa, e não fui. Não fui porque não posso pensar em nada mais chato e entediante do que me reunir com desconhecidas pra falar sobre meu tom de cabelo e trocar figurinhas sobre tintura. Eu acho chatésimo falar de esmaltes, por exemplo. Nunca entendi como podem haver tantos blogs falando sobre unhas, e meu pensamento sobre cor de cabelo segue a mesma linha. Mas, se os ruivos e ruivas querem se encontrar, danem-se eles e a falta do que fazer deles. É tipo encontro de cosplay. Acho uma puta perda de tempo e uma puta babaquice, mas se você curte e vai, BELEZA! Não estou chamando o cosplayer de babaca, estou só falando que fazer encontro disso é babaca. E é a MINHA opinião, que vale tanto quanto papel higiênico usado.

Aí hoje li um texto de uma moça condenando o encontro das ruivas e dizendo que há problema sim em um grupo de mulheres predominantemente brancas se encontrarem porque a supremacia da puta que que pariu, preguiça. A autora do texto escreveu de um jeito super professoral, deixando bem claro o quanto ela acha que as moças organizadoras do evento ruivo são burras. E não pensam. Porque ela começa falando "deixa eu explicar, talvez vocês não tenham percebido" - parece até que está sendo legal, mas meu cu, está é assumindo uma postura superior de quem sabe mais. Eu escrevo assim às vezes e, inegavelmente, quando escrevo assim, é porque acho a pessoa que vai ler burra. PAH. E aí a fia segue na ladainha do começo do mundo até os dias atuais e a desigualdade e enfim. Mano. Precisa mesmo? Precisa MESMO usar esse tom superior, essas palavras, esse jeito de escrever? Eu respondo: não precisa.

Um encontro de meninas que tingem (ou não) os cabelos pode ser apenas isso. Pode ser um propósito besta, mas pode ser só isso mesmo: um monte de gente com propósito besta. 

Estou bem, bem, beeeeem de saco cheio desse patrulhamento sobre o que eu posso ou não rir, sobre o que eu posso não ler, sobre o que eu posso ou não gostar. Por que cada um não cuida de seu próprio cu? E para de achar que sua opinião é soberana? O que me incomoda é que a pessoa não dá opinião. Ela dá opinião, julga o outro, xinga geral de burro e ainda dança uma lambadinha, tudo ao mesmo tempo. E aí o alvo da opinião fica puto da vida, porque, claro, ele precisa da aprovação das pessoas. É do ser humano, fazer o que. E aí rola esse ciclo vicioso da opinião contra e opinião a favor e "gosto mesmo, e daí?" e "tal coisa é overrated, como podem rir disso?". Minha gente. Ainda existe Zorra Total na TV porque AINDA há gente que ri daquilo. E vai-se fazer o que?

Cada um que ria do que quiser, critique o que quiser, viva o que quiser. Sem achar que é soberano por isso, por favor.