sexta-feira, 20 de abril de 2012

Primeiros dias

No meu primeiro dia de treinamento na grande escola inglesa eu me senti muito desconfortável. Não sei explicar o motivo até hoje. No meu primeiro dia de aula do curso de férias nessa escola eu me senti desconfortável - e assim me senti o mês inteiro. Achei que fosse por causa da gerente, que é um dragão. Acabei não ficando na filial da dragão, me mandaram trabalhar na filial em outro município. Meu primeiro dia lá foi horrível. Eu tive uma crise forte de dor na lombar, a dor era quase excruciante, tive que ir pro hospital. Os meses seguiram e o desconforto continuou, como vocês bem sabem. Eu nunca senti que era lá que eu deveria ficar. Nunca senti que aquele era meu lugar. O curioso é que eu fazia algo que sei fazer, algo com o qual estou mais do que familiarizada. Ainda assim, tudo ali era desconfortável pra mim. Não me arrependi de ter saído de lá nem por um segundo. Nem quando estava sem alunos e sem dinheiro em fevereiro e março.

No meu primeiro dia no novo trabalho eu me senti perdida. E também "overwhelmed". "Overwhelming" é uma palavra bacana. Pode ser negativa ou positiva, dependendo do contexto. É aquela sensação de você estar sobrecarregada, submersa em coisas. E eu me senti assim, submersa em informações. Mas não de uma maneira negativa, longe disso. Era só muita coisa: muita mudança, muito pra memorizar, muito pra assimilar. Eu nunca trabalhei em escritório. Quer dizer, trabalhei, mas era escritório de escola de inglês, é outro esquema. Há pelo menos dez anos eu não trabalhava o dia quase todo na frente de um computador. Em silêncio. Eu trabalho, hoje em dia, com as pessoas para quem sempre dei aulas: business people. Minha abordagem em escritórios sempre foi a de uma professora de inglês - ou seja, muito mais relaxada, tranquila, dentro do meu campo de atuação. Agora eu saí do campo de atuação. Trabalho com o inglês, faço coisas que gosto muito, mas saí da minha zona de conforto - embora ainda dê aulas quando não estou no escritório.

Eu ainda estou meio perdida. Mais inteirada de tudo, mas não totalmente. Ainda não tenho autonomia nenhuma pra trabalhar. Ainda dependo de pessoas e mais pessoas pra saber o que devo fazer. Parece que numa empresa as coisas sempre dependem de outras coisas, que dependem de outras pessoas. Para alguém que trabalha praticamente sozinha há pelo menos 5 anos, é estranho não ter autonomia. Mas eu tenho paciência. Eu sei que estou no começo do começo do começo de algo que pode ser muito bom pra mim. E melhor ainda, trabalhando com meu amado idioma. E apesar de ter mudado completamente, de estar fora de minha zona de conforto, de trabalhar em escritório, de não ter autonomia, eu não me sinto nada desconfortável. Eu me sinto bem. Eu saio do trabalho todos os dias contente. Satisfeita. Pensando no que ainda vou fazer no dia seguinte, no que preciso terminar, no que aprendi naquele dia - e em todo o mundo de coisas que tenho que aprender ainda. (Chefe, tenha paciência comigo! <3)

Acho que essa á a maior prova de que eu precisava dessa mudança. E de que estou no lugar certo. Porque não há nada melhor do que trabalhar o dia todo, ficar cansada, ficar exausta, me sentir perdida - e, ainda assim, me sentir contente. Pela mudança, pela oportunidade que me foi dada, por tudo o que ainda posso viver ali. Havia muito tempo que eu não me sentia assim.

(E ei, Gata, você sabe o quanto sou agradecida a você, mas não custa repetir. Muito obrigada, amo você!)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

É preciso estar atento e forte

Às segundas e quartas eu dou uma aula às 6:45. Isso mesmo, cedo assim. E a aula é longe. São dois ônibus, um até o Terminal Lapa e outro até o local da aula. Pra ir de lá para o meu outro trabalho eu pego ônibus, trem e metrô. Quando eu pego trem e metrô são pouco mais de oito da manhã. Tudo já está absolutamente lotado. Quando o trem para na Estação Barra Funda, as pessoas saem correndo dos vagões pra conseguir chegar nas escadas rolantes antes da maior parte das pessoas que acabaram de sair do mesmo trem.

Pessoas saem correndo pra pegar a escada rolante.

Pessoas. Correndo. Pra pegar a escada rolante antes da multidão.

Eu não quero me tornar uma pessoa que corre pra pegar a escada rolante. Sei que tudo nessa cidade é pressa, trânsito, atraso. Geralmente eu estou com pressa. Mas correr pra chegar primeiro na escada rolante me parece uma medida tão mesquinha. Porque, na verdade, você chega lá na base da escada e já está lotado. Você vai ter que esperar.

Acho que esse é o principal de viver em São Paulo. Você tem que manter os olhos abertos, senão a cidade te engole e você fica assim. Correndo pra chegar na escada. Se você deixar, São Paulo te faz mesquinha.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Delícias sonoras

Hoje venho aqui para falar sobre algo muito importante: homens bonitos. Há tempos corroborei essa teoria de que homens realmente interessantes têm nomes sonoros. Recentemente fiz uma listinha mental com os homens mais musos desse nosso pequeno planeta e vi que minha teoria faz sentido. Para entender, leia o nome alto, intensificando nas maiúsculas que eu destacar. Mas não faça isso no trabalho porque senão vai ficar erótico. Vamos lá:

Muso número 1: meu marido. Eu nunca falei que essa seria uma lista para o deleite de vocês, não é? É só uma lista que prova minha teoria, que é muito bem fundamentada e não tem nada de subjetiva. Pois então, o muso número 1 é claro que é meu marido. Que tem um sobrenome bem sonoro e diferente. Quer dizer, parte dele. O final é Silva, mas o meio é meio único, nunca vi outra pessoa com esse sobrenome. Não vou colocar aqui foto do delício e nem dizer o sobrenome, não sei se ele permitiria. De qualquer maneira, tive que deixar registrado. Amor, eu te amo, tá? Não fique bravo por causa desse post! <3

Muso número 2: Michael Fassbender. Michael. FASSBENder. Percebem? Não? Então aí vão duas fotos pra vocês entenderem:


(fotos dedicadas à Gi Ruaro, que foi meio responsável por eu descobrir Michael FASSBENder)

Muso número 3: ele devia vir antes do FASSBEN pois ele foi o estopim de minha teoria, anos e anos atrás. Mas não tem como, Michael é Michael. E o terceiro lugar vai para... MATT DAmon. Desculpe, gente, é tão óbvio que nem precisa de foto. Beijos. Tá, não chorem, precisa sim.


(sorriso lindo e, além de parecer muito legal, ele ainda gravou "I'm fucking Matt Damon" com a Sarah Silverman, o que só prova que ele é mesmo muito legal. E divertido. E bonito)

Muso número 4: Ryan Gosling. Ryan GOSling. Esforcem-se, meninas. Eu sei que vocês entenderão. Precisam de ajuda, ok. Então façam duas coisas: lembrem-se dele em "The Notebook" e em "Drive". E vejam a foto:


(a escolha dessa foto é simples: ele está junto com o cachorro dele. Ele sempre anda com esse cachorro, que é todo despenteado, por NY. Aí, quando não está sendo lindo e andando com o cão, ou namorando a linda da Eva Mendes, Ryan aproveita pra apartar brigas e salvar pessoas de atropelamentos. O cara é tipo um super-herói)


Muso número 5: Matt Bomer. MATT BOMer. Até corei, porque esse nome é muito lascivo. Ele é o lindão daquele seriado "White Collar". É assumidamente gay mas não somente os heterossexuais entram nessa lista, não é mesmo? Ele tem uma beleza tão certinha que chega a assustar. Parece um príncipe da Disney.


(não sei se acho os olhos mais lindos ou se acho esse queixo quadrado mais lindo. Fico em dúvida)

Muso número 6: Alexander Skarsgärd. Não faço ideia de como pronunciar esse sobrenome sueco. Mas o nome Alexander é forte. ALEXANDER. SKRSHJSGIÄRD. Gente, coisa linda de se ver. Tá bom, vai, eu confesso. Ele é quase uma exceção à minha teoria super embasada. Mas toda regra tem sua exceção e Alexander merece estar aqui. Meu marido fala que em algumas cenas de "True Blood" ele é muito afeminado mas eu acho que isso é intriga da oposição. Alexander, você não acha?


Acho.

Um beijo às leitoras e leitores que concordam com minha teoria. Espero ter feito o dia de vocês mais bonito, mais sonoro, mais imaginativo. Beijos!

(Thiago, continue me amando, por favor)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

É assim que se começa, parabéns!

Comecei no trabalho novo/lindo na segunda-feira. Aí foi assim:

Segunda-feira: recebo uma ligação da diarista às 3 da tarde avisando que Margarida, a gata, fugiu. E conseguiu entrar no quintal da vizinha de baixo, que é uma velhinha bem fofa que tem medo de gatos. Ciça, a diarista, que tem medo de Margarida, tentou, em vão, trazer a gata de volta. Chamou os vizinhos e ninguém conseguiu pegar a bichana que não pesa mais de 5 quilos. Parece que estavam perseguindo uma lebre ou uma foca ou, sei lá, um jacaré na água. Aí tive que colocar no rosto aquele sorriso sem graça e falar pra minha chefe: "minha gata fugiu de casa e a diarista não conseguiu resgatá-la". Chefe do amor dá risada e fala "vá embora então resgatar a bicha".

Saí de lá cedo, xingando a Margarida mentalmente, puta das calças porque tive que passar por uma besteira dessas no primeiro dia de trabalho novo. Chego no prédio e, da janela da escada - que dá pro tal do quintal - eu chamei "Margarida, venha aqui já!". Ela veio. Eu puxei ela pela fresta da janela. Sem esforço algum. Pior é que consigo imaginar o banho que ela deu no pessoal daqui do prédio. Margarida é tinhosa que só ela.

Terça-feira: chego no trabalho, vejo que, no elevador, os rapazes olham pro teto mas não olham pra mim. Não que eles tenham que me olhar, mas sabe quando evitam propositalmente? Que só faltava eles assobiarem pra disfarçar que estavam evitando? Beleza. Abro a porta do escritório e cumprimento as recepcionistas com toda a simpatia do mundo. Elas olham, rindo, e falam: "os botões da sua blusa estão abertos". Uns 3 botões, minha gente. Dava pra ver todo o sutião. Vejam que os moços do elevador foram muito discretos e educados.

Então o saldo, até o momento, foi: um pedido para sair mais cedo e sutiã à mostra. Estou ou não estou de parabéns?

E, tirando esses episódios, estou feliz da minha vida. Emprego novo, área nova, vida nova. Era tudo o que eu precisava! :)