sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sumida tá a minha estrovenga

Se tem uma coisa que eu não entendo nessa vida é a mania das pessoas em transferir responsabilidade pro outro. Exemplo simples: você tem lá aquela amiga que não é próxima. Você ficam muito tempo sem se falar. Aí se encontram por acaso. Ou ela te manda um recado em alguma rede social. A frase, invariavelmente, será: "Oi Ca, sua sumida!". BRODER. MALUCO. MANÉ. Sumida tá a minha estrovenga, já que ela nunca existiu. Qualquer relacionamento tem duas vias. Se eu sumi, se você não ouviu falar sobre mim por meses, é porque VOCÊ, cara colega, TAMBÉM sumiu. Senão saberia sobre mim e vice-versa. Não venha me jogar a batata quente da ausência pra cima de moi. Não vai rolar. Eu cresci super consciente de que relacionamentos são vias de mão dupla. E posso ter escondido essa consciência toda no recôndito mais profundo de minh'alma por anos, mas eu sempre soube disso.

Eu peguei tanta birra de quem me chama de sumida que o que acontece é o chamado efeito rebote. Fala que estou sumida que aí eu sumo mesmo. Pego implicância da pessoa por muito tempo. Hoje em dia temos muitos recursos pra entrar em contato com alguém. Se nenhuma das partes entrou em contato com a outra, é porque não deu. Não rolou. Passou o tempo, sei lá. Mas ninguém entrou em contato. Não é? Porque eu, ao menos, quando quero falar com um amigo ou amiga com quem não falo há tempos, faço algo simples: ligo. Mando email. Qualquer coisa.

Ninguém tem que ficar grudado no outro e falar com todo mundo sempre. Não tem como. Mas pelo menos tenha a sensatez de não cobrar do outro algo que você não fez.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Dublagem de felinos

Meu marido faz a dublagem dos nossos gatos. É muito engraçado e a gente dá várias risadas com os diálogos que ele cria. Mas como meu marido fala muito e é muito engraçado, não chega a ser uma surpresa ele fazer esse tipo de coisa. Surpresa mesmo foi descobrir que a diarista dubla os gatos. Sério.

Ciça ama Malaquias e Margarida de paixão. Toda vez que ela chega em casa ela dá oi pra eles, pergunta se eles sentiram saudade, pega-os no colo e tenta abraçá-los. Ela faz isso toda segunda-feira. Malaquias, bonachão, adora o colinho. Margarida fica parecendo a namoradinha do Peppe Le Peu. Não lembra? Tô gente fina então vou refrescar sua memória desinformada:



Margarida fica igualzinha a essa gata.

Ciça tem a maior paciência com os gatos. E eu vejo: eles enchem o saco dela. Muito. E ela lá: "ô Garidinha, deixa a Ciça passar roupa" ou "Malaquias, meu amor, sai de cima da roupa passada". Até aí, tudo bem. Minha grande surpresa foi ouvir, na última segunda, Ciça fazendo diálogos com os bichanos. Ela falava:

- Garidinha, você vai correr atrás do aspirador, vai, Garidinha?

Aí ela mesmo respondia, fingindo que era a Margarida:

- Vou sim, Ciça, porque eu gosto!

Ciça é gente que faz. Passa roupas, faz faxina, cuida dos seus bichinhos e faz dublagem felina!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Minhas aventuras culinárias

Ter a minha casa me fez descobrir que eu amo cozinhar para quem eu gosto. Amo mesmo. A "obrigação" de cozinhar diariamente é meio chata - por isso mesmo eu não cozinho todos os dias, e, às vezes, meu marido se arrisca com as panelas também. Agora, cozinhar em datas especiais, para a família e amigos, amo muito! Gosto de tirar fotos dos pratos, mas nem sempre dá tempo. Estou sempre muito mais preocupada em comer do que em fotografar. Mas aqui estão as fotos de algumas delícias preparadas chez nous:



Mini cheesecake com calda de mirtilo. Foi meu primeiro cheesecake, feito para o almoço de Dia das Mães. Meu irmão, que geralmente não gosta das minhas invencionices, amou! Pediu que eu fizesse uma cheesecake grande só pra ele. :) Receita daqui.



Torta de limão. É uma receita simples mas de muito sucesso. Uma vez fiz a massa com farinha de amêndoas, ficou excelente. A Rena é uma das amigas que aaaama essa torta. Ela geralmente alterna os pedidos: às vezes tem vontade de comer cinnamon rolls. Noutras vezes, essa torta de limão. Eu, que gosto de dar umas mimadinhas nos amigos, costumo atender aos pedidos da mocinha. Receita do site da Nestlé.


Rocambole de chocolate com recheio de côco. Côco sempre terá circunflexo pra mim. Chocolate com côco é uma das minhas combinações favoritas. Essa receita, tirada de uma daquelas revistinhas Ana Maria da vida, é bacana na teoria, porque o rocambole já assa com o recheio. Na prática, faz uma lambança só. E fica meio seco. Mas valeu a pena, ficou gostosinho.

Bolo de banana, receita do Panelinha. Idela pra acompanhar um cafezinho.


Bolo de milho e côco com cobertura de goiabada. Não me lembro de onde tirei a receita. Sei que o resultado é delicioso e fez sucesso no trabalho do meu marido.


Embora não pareça, sim, eu gosto de cozinhar pratos salgados. Eu amo salgados, inclusive. Mais do que doces. Pois bem, esse aí foi invenção minha. Carne de porco com aspargos e um toque de óleo de gergelim, arroz e cogumelos refogados no shoyu. Para harmonizar, um belo copo de Sukita safra 2011.



UPDATE: a Lívia acabou de me lembrar qual é a receita do bolo de milho! É essa: http://pecadodagula.blogspot.com/2011/04/bolo-caipira-de-milho-delicioso.html. Obrigada, Lívia!

sábado, 7 de maio de 2011

Desapego e anacronismo

Há 7 meses eu não entrava no msn. Entrei hoje, vi que tinha 400 emails não lidos - a grande maioria spams, detestei a nova aparência do messenger (detestei não, odiei. Nada funcional aquilo), vi que tinha contatos absolutamente inúteis ali e optei por deletar minha conta do Hotmail. Não tenho mais messenger. Assim como, por falta de uso, excluí minha conta de email do Terra. Agora só tenho Gmail.

Só não deleto meu orkut porque tenho depoimentos lindos lá. Declarações do meu marido quando ainda namorávamos. Não consigo deletar.

E só não deleto Twitter porque não tenho vergonha na cara. Toda semana eu decido que o melhor é deletar aquela porra, mas também toda semana eu fico sabendo de algum babadão por ali, aí acabo adiando a exclusão. Fico incrível como eu consigo perder tempo naquele troço. E olha que eu nem sou das usuárias mais assíduas.

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Acho que a verdade é que eu sou old-school. Que é apenas uma maneira mais delicada de me chamar de anacrônica. Eu não sei usar feeds/rss - tentei usar Google Reader e me deu desespero. Aquele monte de ítens não lidos, esperando para serem zerados, eu ocupada, ai jisuis. Continuo adorando blogs, mas meus favoritos são os diarinho style, e não os temáticos. Blog diarinho é coisa de 2001. Não consigo entrar na onda de que mídias sociais são a coisa mais maravilhosa e incrível dos últimos tempos. Acho que são legais. E, nesse mundo atual, dizer que mídias sociais são apenas legais é assinar atestado de velhinha.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

União de quem se ama

“Aqui, o reino é da igualdade pura e simples, pois não se pode alegar que os heteroafetivos perdem se os homoafetivos ganham. E quanto à sociedade como um todo, sua estruturação é de se dar, já o dissemos, com fincas na fraternidade, no pluralismo e na proibição do preconceito, conforme os expressos dizeres do preâmbulo da nossa Constituição”. (voto do Ministro Ayres Britto)

Hoje é um dia bonito para o Brasil. Para todos os cidadãos - não só para os gays. Hoje foi a prova de que, apesar de todo o preconceito, apesar da oposição de vários deputados evangélicos, apesar da ignorância geral, é possível sim votar pelo DIREITO que as pessoas têm de viverem com quem elas bem entenderem. Se eu posso me casar com o Thiago e tenho direitos como casada, por que, até hoje, o João não tinha direitos ao se casar com José? E nem a Antônia com a Diana? Não fazia sentido. Eu não sou a mais orgulhosa das brasileiras. Eu não visto a camisa verde-amarela. Eu acho que o Brasil tem muita gente bunda. Fico pra morrer quando fico sabendo sobre violência contra quem quer que seja. Fico pra morrer e sem entender qual é o motivo de gente escrota bater em gays. Um amigo meu levou um soco numa boate outro dia. Ele estava com os amigos dele, numa boate gay, curtindo a noite. Levou um soco no olho de um maluco, por motivo algum. Aquela menina de 16 anos foi assassinada só porque namorava a filha do fazendeiro.

Pra que? Por quê?

Nunca entendi. Eu tive que aprender a me controlar pra não dar respostas grossas a alunos meus que fizeram comentários preconceituosos em aula. Um dia eu não aguentei, ouvi tanta bobagem, tanta "a pessoa ser gay, ok, mas bicha, não". Ou então "quer ser viado, que seja, mas não esfrega isso na cara das pessoas. Não tem que beijar em bar. Nem andar de mãos dadas. Como eu explico viadagem pros meus filhos?"; que eu respondi. Perdi o aluno, é claro. Que, uma aula depois da minha resposta, resolveu me humilhar durante a aula. Depois ele tentou fazer campanha contra mim na empresa. Tudo porque eu não aguentei as bobagens que ele falava.

A aprovação da união homoafetiva é um primeiro grande passo. Eu disse lá em cima que não sou a mais orgulhosa das brasileiras, mas hoje eu senti orgulho do meu país. Só hoje.

(leaim aqui um post super esclarecedor a respeito dessa aprovação: http://ladyrasta.com.br/2011/05/05/uniao-estavel-bibalandia-10-bolsonaros-zero-e-agora/)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cabelo, cabeleira, cabeludo, descabelada

Olha, vou dizer pra vocês: se há algo que me fascina e aterroriza ao mesmo tempo nessa vida, esse algo é cabelo. Cabelos. Sou fascinada por cabelos bem cuidados e desde a mais tenra idade sou obcecada por melhorar a aparência de minhas melenas. No entanto, tenho horror a cabelos alheios. Horror as in nojo mesmo. Claro que cabelos de amigas e familiares não entram no pacote do nojinho; acredito na limpeza e asseio das que me cercam. E claro que se eu vejo uma mulher com cabelos à la Bündchen tenho vontade de tocar só pra ver se aquilo é de verdade mesmo - porque, se for, quero saber que produtos a nêga usa. Vai que aqueles cabelos lindos são resultado de Seda Ceramidas. Perguntar não ofende...

Meu nojo é porque eu acho que as pessoas lavam pouco seus cabelos. Ou então empastam os fios de cremes e fica aquele cabelo cremoso, pingando Kolene. Não rola. Não encosto num cabelo ensebado nem por dinheiro. Jamais seria cabelereira, jamais. Fico pensando que cabelereiros têm que lavar aquelas cabelas de gente que só lava uma vez por semana, no inverno ou verão. Aí os fios ficam grudados no couro cabeludo, que, de quebra, ficam com aquele DENDÊ grudado. Arrepio-me só de pensar. Tenho pânico de transporte coletivo lotado por causa do contato capilar indiscriminado. Você está lá, sendo apertada por corpos desconhecidos, já total sem dignidade, segurando naquele ferro contaminado, aí chega uma fia do cabelo cremoso e PÁ, encosta a cabeçorra no mesmo ferro onde está sua mão. E você sente aquela umidade em seus dedos. Não tem como ser feliz.

Outra coisa que me dá nos nervos, capilarmente falando, é gente com cabelos muito ressecados. Fuázão. Estilo Vanessa da Mata. Existem máscaras hidratantes poderosas e baratíssimas no mercado. Vamos usar, pessoal! Cabelo à la Gal nos anos 80 não é bonito, não é roots, é feio. E também dá nojinho. Parece que a pessoa nunca lava, nunca cuida. Vanessa da Mata, eu já te acho chata pra dedéu, com os cabelos desse jeito, então, não dá pra gente ser amiga nem no Facebook. Lavar os cabelos não é luxo, amiguinhos. É limpeza. Anotem aí a dica.