segunda-feira, 30 de junho de 2008

Olá minhas amiguinha...

Adoro vovós Palmirinha style. Deve ser porque a Palmirinha me lembra a minha avó e por causa de minha avó eu tenho apreço por avós em geral. Minha avó não fazia o estilo avó fofuchinha, ela falava mais palavrão que eu - afinal, eu tenho a quem puxar - mas Dona Janda cozinhava bem. Aquela comida de avó mesmo, com gosto, sem frescuras, receitas vindas do sítio e ensinadas pela minha bisa italiana. Sinto saudade até hoje daquele clima cozinha cheia e mesa posta que tinha a minha casa quando minha avó era viva. E além de porpetas, bracholas e macarronada, minha avó fazia doces. Compota de morango, doce de abóbora com côco, canjica, mingau de chocolate, arroz doce. Adoro esses doces todos até hoje, com apreço especial por canjica e arroz doce. Eu ficava na cozinha vendo Dona Janda colocar tudo na panela e ficar mexendo, mexendo, mexendo, mexendo. Mexendo mais. Até o negócio ficar pronto. Ela sempre me falava pra nunca parar de mexer quando fosse fazer doce, porque o maior segredo é mexer sempre pra dar o ponto e não queimar. Eu sei disso desde os 6, 7 anos, portanto.

Hoje resolvi fazer arroz doce. Eu sei cozinhar e sei fazer arroz doce. Mas o que eu fiz? Larguei a panela no fogo e vim ver meus emails porque ouvi barulho de email novo chegando.

Conclusão?

O troço queimou. Um litro de arroz doce com leite condensado com gosto de queimado.

O que você acha disso, Palmirinha?

Ah, minhas amiguinha, num pode esquecê os conselho que a vovó dá, né? A vovó sabe o que faz, amiguinhas telespectadora...

Aprendam com isso, crianças.

(Eu já dei aulas pro neto da Palmirinha. Gente, era fã do rapaz. Gatinho, olhos azuis, cara meio de Peter Parker (adoro!), infame, fazia várias piadas nerds na aula que só eu entendia. E só ele entendia as minhas piadas. Fofo, fofo, fofo. Se não estivesse prestes a casar eu me ofereceria pra casar com ele, sem problema algum. Mas vê se aluno assim, partidão, me manda mensagem de dia dos namorados? Claro que não. Rá. Aí o gatinho casou e nem bem-casado pra teacher ele trouxe. E eram bem-casados da Palimirinha! Magoei.)

sábado, 28 de junho de 2008

Bruacas Inc.

Mulher é coisa do capeta. Eu sou uma e falo com toda a propriedade possível. A questã é que existem mulheres feitas de um material muito mais refinado e luxuosoe, por isso, desenvolvem algo essencial para o convívio em sociedade: a tão necessária, porém escassa, NOÇÃO. Embora não seja difícil adquirir esse bem precioso ao longo da vida, muitas vezes as desprovidas de noção fazem absoluta questão de ignorar essa possibilidade e chafurdam o resto de suas vidinhas na falta de elegância.

Aliás, eu não sei ao certo quando foi decidido que elegância e noção não fazem mais parte do kit básico de uma pessoa decente, mas enfim, a verdade é que muitas, mas muitas mulheres mundo afora fazem questão de serem desagradáveis. E não se trata de elegância ao vestir-se, embora isso seja muito bem-vindo. Trata-se de elegância ao agir, ao tratar com as pessoas, considero um ato de elegância quem consegue se colocar no lugar do outro, ao menos por poucos momentos. Essa semana me deparei com esses tipinhos uó e vi que eu preciso muito aprender a explodir cabeças com a força do pensamento:

Head explosion number 1: Levei o maior cano de uma aluna, que agora é ex porque eu não quero mais dar aulas para ela. Ela trabalha na empresa que me dispensou e tinha aulas particulares comigo. Acompanhou todo o processo de chilicagem da vadia do RH. Mas desde que fui dispensada ela simplesmente sumiu. Não atende os celulares, não responde e-mail, não retorna ligações. Não sei se ela foi coagida pela bitch pra não ter mais aulas comigo, mas seja o que for, a obrigação dela era me dar uma explicação. O pior é que nem pagar esse mês ela pagou, ou seja, calote dos grandes. Tem elegância? Nenhuma. Noção? Nem comento.

Head explosion number 2: Outro dia logo cedo, por infortúnio do destino, encontrei uma "amiga" do bairro. Acho um suplício reencontrar essa gentinha do passado porque geralmente eles fazem questão de ser desagradáveis e me fazer lembrar que eu era feia, magricela, esquisita, no social skills e total Beety a Feia pride. Não sei se dói neles o fato d'eu ter evoluído e eles não, o fato é que é sempre um saco rever essas pessoas por aí, ao acaso. Essa que reencontrei chegou me perguntando se estou finalmente namorando e se eu tinha feito algo no rosto pois estava inchada. Simpática. Depois disse que eu estava inchada mas estava mais bonita. Que mimo. Deu vontade de dizer que não posso namorar porque depois dos namoros dela em que ela apanhava dos caras eu fiquei traumatizada e não consigo me relacionar. E quanto à cara inchada, deu vontade de dizer algo bem à la "meu nome é regina": "minha cara tá inchada mas você, cafona como sempre!". Porque, afinal, alguém que usa uma bolsa da Marisa prateada com dourado não merece crédito. Mesmo de alguém com a cara inchada.

Head explosion number 3: Bruaca que não sabe distinguir um rapaz acompanhado de um desacompanhado. Sem mais detalhes.

É por isso que mulher é legal, mas só as minhas amigas e as que vêm com indicação. Porque puta merda, ô gênero pra conseguir ser desagradável quando quer!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Adiós Cheek to Cheek, Hairspray e aulinhas...

De tudo que tem me acontecido e das minhas mazelas atuais, talvez a maior de todas e mais dolorida delas seja ter que parar o curso de dança. Eu chego a sentir vontade de chorar quando penso que minha última aula será sábado e depois disso não terei mais minhas tardes de sábado preenchidas com música cafona, dancinhas e passos e rodopios, rapazes meio bizarros, almoços intermináveis com as amigas, pessoas queridas e meu professor querido. Sérião que todo dia eu penso nisso: como serão meus sábados sem a dança?

Outro dia li um texto excelente no blog do Paulo a respeito de paixões. Não paixão de namoradinho e nem paixão de "sou apaixonada pela minha família", porque isso é default. Ele fala sobre as paixões que nos movem e nos fazem falar sobre aquele assunto com brilho nos olhos. Assim como Paulo, eu também me encanto por pessoas que têm paixão pelas coisas. Falando sobre mim, uma das minhas paixões certamente é a dança. É quase uma meditação. Eu me desligo quase que completamente pra poder fazer aqueles passos complicados e não errar (porque meu parceiro de dança favorito é bravo). Por causa da dança eu descobri muitos preconceitos e, aleluia, consegui vencer muitos deles.

Eu sou feliz dançando bolero, jemt. Bolero que vem em ritmo de Luiz Miguel cantando "A Barca" ou algum cantos desconhecido cantando uma versão em espanhol de "Let it be". Eu sou feliz dançando salsa, com todas aquelas músicas latinas cafonas, mas que eu ADORO. E forró, então? Tem noção que eu consigo, hoje em dia e em nome da dança, ouvir horas de forró e aquele triangulinho chato sem parar? Sem esquecer do samba de gafieira, que é lindo, mas vez ou outra vem acompanhado de uns pagodes horrendos. Acho que pela dança eu venci muitos preconceitos musicais. E não só musicais.

Eu conheci gente muito diferente de mim e fiz amigos. E me divirto demais com eles. Vou prumas casas de dança de salão que mais parecem Baile da Saudade, mas cada vez que vou saio mais apaixonada porque vejo casais de velhinhos dançando, gente feia, gente gorda, gente bonita, enfim: é uma democracia só. Por mais que eu tenha um parceiro de dança fofo que vai continuar dançando comigo, por mais que eu tenha minhas amigas que continuarão me chamando pra dançar, não é a mesma coisa. Eu quero minhas aulas! Aos sábados! Com a minha turma!

Parece que estou deixando uma paixão de lado. Deixando de lado algo que me faz um bem enorme. Num momento em que estou quase sem trabalhar.

Se alguém souber de alguém que queira aulas de Inglês, que queira implantar Inglês na empresa, enfim: me avise! Eu podia estar chorando, eu podia estar xingando a vida, eu podia estar me entupindo de anti-depressivos - mas não, estou aqui só pedindo umas aulinhas pra poder continuar a pagar minhas aulas de dança e o leite das quiança.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

MuseMuseMuseMuse


Muita emoção. Ingressos comprados. DVD do show bombando aqui em casa. CDs sendo escutados over and over again. Lilla junto comigo nesse show.


HOORAY!


Alguma coisa boa tinha que acontecer, né?!

E claro, eu ando sem muito o que fazer, então fico fazendo montagens toscas.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Socorro, eu não tô sentindo nada...

(...) Já não sinto amor,
Nem dor
Já não sinto nada...
Socorro alguém me dê um coração
Que esse já não bate e nem apanha
Por favor, uma emoção pequena,
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos,
Deve ter algum que sirva... (...)

Quando coisas muito sérias acontecem, mudam a pessoa pra sempre. E foi isso que aconteceu comigo e foi isso que eu percebi ontem. Eu não perdi meu coração e nem a capacidade de amar, obviamente. Nem de me emocionar, nem de chorar, enfim, eu ainda posso me encaixar no meio dos 6 bilhões de pessoas perdidas nesse planeta sem sentido. Mas eu sinto tudo de maneira diferente hoje em dia. Parece que não me abalo mais por nada - e isso vindo de alguém que já foi considerada "the queen of the drama queens". E me assusta um pouco essa nova versão de mim porque eu não quis isso, eu não me esforcei por isso. Simplesmente aconteceu. Acho que não tem como passar pelo que passei sem entrar em crise e sair dessa crise bem diferente de antes. Não tem como ser a mesma depois de saber quem é o pai aos 29 anos de idade. Não só saber quem é, como também saber que ele é aquela figurinha desprezível que você odiava na infância. E, depois de 3 semanas, saber que ele já morreu. E que não foi te dada a chance nem de cuspir na cara dele e dizer "seu covarde nojento". Acho que era só isso que eu falaria pra ele.

Não, não tem como não ser outra pessoa depois disso. E a verdade é que nesses dois meses eu me esforcei tanto pra reorganizar tudo dentro de mim e seguir em frente que acho que não coloquei tudo de volta no mesmo lugar. Eu mudei tudo aqui dentro. Mudei e ainda não entendo essa nova organização. Porque parece que nada mais me afeta. Parece que eu posso até ficar triste, posso até chorar, mas sofrer como eu sofri, nunca mais. Tudo tem outra dimensão hoje em dia. O que antes poderia ser motivo de desespero, hoje em dia eu olho e penso "caralho, que merda, vou ter que resolver essa porra" (minha capacidade de falar palavrões foi mantida intacta, como vocês podem ver). Tenho medo de me tornar uma pessoa insensível com os outros e com os problemas alheios porque aquela máxima de "só não tem jeito pra morte" faz todo o sentido pra mim. E isso tem um lado bom, aquele em que eu sou muito mais forte do que antes. E tem seu lado ruim, aquele em que tenho que entender que o que é pequeno pra mim é enorme pra outra pessoa e eu devo respeitar isso até o fim. Acostumar-me com essa maneira de enxergar as coisas tem sido estranho.

E justamente agora, nessa fase de me erguer e seguir em frente, eu sou dispensada da empresa onde prestava serviços. Ontem, por telefone. Nunca me senti tão desrespeitada profissionalmente. Estou até agora com vontade de ir até lá e bater na cara da vadia do RH, que é vadia, é anti-profissional e é covarde - ao invés de chamar lá e me dispensar ao vivo, ela mandou a porta que ela contratou como assistente me dispensar - por telefone. Não só a mim como também a professora de Espanhol que está lá há cinco anos. Eu nem devia estar brava ou surpresa com essa atitude. Estamos falando de uma gerente de Recursos HUMANOS que dispensa uma grávida de 7 meses. A filha da professora de Espanhol está grávida e foi dispensada há dois meses. Até agora não fizeram a homologação. Chamaram-na para isso segunda passada, ela foi, e, chegando lá, mandaram-na de volta para casa dizendo "Não tem como ser agora, terá que ser daqui 15 dias". Só se for na maternidade, porque a moça está prestes a parir.

Portanto, numa empresa que contrata uma desclassificada grossa e sem sentimentos como gerente de Recursos HUMANOS e aceita que ela dispense funcionária grávida, dispensar uma mera prestadora de serviços por telefone não é nada. Idiota eu que ainda não consegui me acostumar com o fato de ser, eu, uma empresa. Idiota eu que ainda colocava sentimento no que fazia. Idiota eu que me deixei ser enrolada sem contrato assinado. O resultado disso é que a partir de julho não recebo mais boa parte da minha renda mensal. Claro, eu posso arrumar alunos particulares, mas o que eu cobrava da empresa é mais do que cobro de particulares. Empresa paga hora/aula um pouco inflacionada.

E aí, depois de receber a notícia por telefone, o que eu fiz? Fiquei puta. Umas três lágrimas de ódio escorreram, e só. Depois, falando com alguns amigos, eu até fiquei engasgada. Mas choro mesmo, sofrimento, não houve. Em julho não tenho mais salário, não tenho mais empresa, não sei como farei pra pagar minhas contas. Mas ao invés de me desesperar e gritar e chorar eu fui ao cinema. Já tinha marcado e não vi motivo pra desmarcar. E aí jantei e dei risada e adorei o filme. Foi ontem que me caiu essa ficha de que tudo tem uma dimensão e um tamanho completamente diferentes pra mim hoje em dia. Porque em outros tempos eu ficaria em casa chorando. Agora nem chorar eu choro. É muito estranho.

Ainda desejo à Vadia do RH uma vida longa, bem longa, de bastante sofrimento. Espero que a pele dela fique horrível e nem Botox dê jeito e que todo dia seja bad hair day pra ela. Espero que, em breve, os diretores percebam as arbitrariedades dessa bruaca oligofrênica desclassificada cafona e ela seja mandada embora. Por telefone. Junto com todas as amiguinhas dela que ela colocou pra trabalhar lá. Amiguinhas que nem passaram por nenhum teste de admissão. Pra quê competência se sua amiga é a gerente de Recursos Humanos, né? Aceite o empreguinho, continue sendo pau mandada, assine embaixo das arbitrariedades de sua miguxa e justifique tudo como "é a nova política da empresa, foi decidido agora". Decidido agora my ass. Além de me desrespeitarem também querem me chamar de burra.

Burra não, né pessoal. Feia, torta, cara de chulé, ok. Mas burra é muita ofensa. Pior que isso só se falar mal dos meus cabelos.

Mas enfim, acho que o Universo resolveu testar a minha força esse ano. Até agora tô suportando. Mas acho que se algo mais acontecer, eu até me reergo, mas como Darth Vader. Acho que é isso: o Universo quer que eu vire a Darth Vader brasileira.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Organização e falta de foco.

Ontem eu passei o dia numa enrolação sem precedentes. À noite, quando fiz a retrospectiva do dia, me senti bastante culpada por não ter feito quase nada produtivo.

Tá, mentira que eu faço retrospectiva, mas verdade que me senti culpada.

Aí hoje decidi começar organizando algumas coisas importantes. Tenho muitas aulas preparadas ao léu no meu pc, tenho muitas folhas de atividades ao léu nas muitas pastas na prateleira, tenho muitas Speak Ups ap léu pelo quarto.

Então eu respirei fundo e coloquei a mão na massa. O resultado é que organizei direitinho a minha lista de links, da maneira mais organizada que consegui - pra quê foco e prioridade nessa vida, não é mesmo, pessoal?! Deu trabalho porque essa nova ferramenta do blogspot de organizar a lista de blogs não permitia blogs da zip.net. Um eu consegui, mas outro não. E era justamente o blog do Gato, e sem o Gato na lista é melhor nem ter lista. Aí fiz uma, apaguei, refiz, apaguei. Lembrei, então, que realmente tenho coisas a fazer. Por isso que a lista dos corazónzitos está diferente das outras. Adicionei os blogs de estilo e maquiagem que leio - porque divulgar o glamour é tarefa de todos. E incluí uma lista de blogs de comidinhas e restaurantes - porque eu tenho alma de gordinha.

Agora vou ali, priorizar umas tarefas.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Ousadjinho

Dia 12 de junho recebi um SMS de um ex-aluno dizendo:

"Feliz dia dos namorados! Depois a gente comemora, hehe, beijos"

Na hora pensei: ou a pessoa confundiu Namorados com Valentine's ou mandou para a pessoa errada. Como eu sou fofa (cof), respondi tentando abrir os olhos da criatura para o erro:

"Fulano? Acho que você mandou mensagem para a Camila errada! Beijo"

Eis que, horas depois, recebo a seguinte resposta:

"Se eu disser que é a Camila certa isso interfere em seus planos para o fim-de-semana?"

JEMT. OZADO, né?!

Fiquei bem passada. Porque eu tinha colocado em minha cabeça que ele era gay. Porque ele reparava em TANTOS DETALHES em mim que não era possível que a pessoa fosse hetero. Ele sabia que minha cor favorita é verde só de reparar nas minhas roupas. Ok, nem é tão difícil assim assumir isso uma vez que eu uso muitas roupas verdes. No entanto, ele percebeu que minhas outras duas cores favoritas são vermelho e branco. Quem sabe disso? Eu, né. Ninguém precisa dessa informação. Mas ele sabia. Ele também reparava se eu estava cansada pelo jeito que eu falava "oi" pra ele. E se eu estava triste porque meus olhos brilhavam menos (sério). E reparava no meu perfume. A pessoa sabia quando eu mudava de perfume. E adorava quando eu usava meu scarpin roxo. Ou o vermelho. Eram tantas as coisas em que ele reparava E comentava que eu pensava: "ou ele me quer ou ele é gay". Mas como eu não queria que ele me quisesse e ele nunca foi, digamos, mais ostensivo nos elogios, eu realmente achei que ele fosse gay.

Não é.

E o fato d'eu não querer que ele me queira não interferiu em nada, obviamente. O fato d'eu tratá-lo como um "buddy" também não interferiu em nada, obviamente. E eu não quero nada com ele, obviamente. E não vou explicar aqui meus motivos, obviamente.

O fato é que eu achei ele um cara de atitude e o respeito demais por isso. Acho muito digno a pessoa arriscar assim, sem medo e sem ser blasé, sendo macho o suficiente pra dizer "não foi engano, é isso mesmo que você entendeu". O mundo precisa de mais homens com esse tipo de atitude.

Eu também acho que os homens abaixo dos 25 vão dominar o mundo, mas isso fica prum próximo post.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Do the math, man

Outro dia, naquelas TVs de elevador, apareceu o anúncio de uma super master blaster palestra para Coxinhas dada por Matthew E. May. O feito de Matthew: ele implementou a incrível marca de 1.000.000 de idéias em um ano. Não, não, você não viu errado: um MILHÃO em UM ano.

UM MILHÃO EM UM FUCKING ANO!

Fiquei dias pensando nisso, sabem. Nisso de um milhão/ano. Pensava nisso, pensava em arrumar um roommate (alguém conhece alguém?), pensava que preciso começar a usar cremes anti-rugas e pensava também no Matt Damon. Mas aí o um milhão/ano voltava a me atormentar. Porque, garele, é MUITA idéia. O cara é uma usina de idéias. Ele deve ser MUITO CHATO porque deve falar de idéias o tempo todo. Deve usar uma placa na testa escrito "silence, I'm having ideas". Aí resolvi fazer o cálculo.

1.000.000 divididos 365 dias do ano = 2739,726 POR DIA

2739,726 divididos pelas 24 horas do dia = 114,1553 POR HORA

É muita idéia, pessoal. Comecei a pensar em todos os Coxinhas se inscrevendo pra essa palestra animadíssimos pensando que também poderiam implantar um milhão de idéias no sentido literal. E nessa palestra todos falariam coxinhês: motivação, proatividade, SCHEDULAR, quem mexeu no meu queijo, tenho hábitos eficazes, etc.

Fiquei tão intrigada que joguei no Google. Google nunca falha. E, bem, o Tio do Milhão de Idéias é estrategista e o que ele faz é: ele estimula (ui) as pessoas da empresa onde ele presta serviço a terem idéias e serem criativas.

Meu parecer sobre isso? Meu cu de azul com glitter. Pessoas que precisam de alguém que lhes diga que Ó MEU DEUS NO CÉU, você PODE pensar e ter idéias e ser criativo só podem ter sido criadas com arreios de cavalo na cabeça.

Eu não sei mais onde o mundo vai parar. Porque outro dia eu vi a capa de uma revista que mostrava um jovem rapazote saudável de 24 anos que guarda 400 reais na poupança todo mês. Muito bem, Flipper! E pra quê ele guarda? Prum carro? Uma viagem? Uma casa?

NÃO! A peçoa guarda 400 teresas na poupança por mês para, quando tiver 65 anos e se aposentar, ter seu primeiro milhão! Meus sais! Qual é a graça de ter um milhão aos 65 FUCKING anos de idade? Pra deixar de herança e a família se escangalhar pra ver quem fica com um quinhão?

Eu não tenho 400 reais sobrando todo mês. Mas quem quiser me doar, tamos aí. Porque com toda a certeza eu faria muito melhor uso dessa grana bem antes dos 65 anos.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Meus achismos

Eu achei que fosse entrar em depressão. Achei que chorar todo dia fosse virar hábito. Achei que fosse precisar de muitos remédios pra me sentir melhor. Achei que fosse largar minhas aulas. Achei que dar aulas não era o que eu gostava de fazer da vida. Achei que nunca mais fosse realizar algo. Achei que fosse morrer frustrada. Achei que nunca fosse conseguir sentir outra coisa que não raiva, revolta, desgosto. Achei que eu fosse demorar meses e meses pra conseguir ver graça nas coisas, e mais outros meses pra ver graça em alguém. Alguém do sexo masculino, então, tipos nunca mais. Achei que fosse começar a beber até cair, depois achei que nunca mais fosse beber, achei que a genética fosse dizer amém a tudo e aí eu seria muito infeliz.

No entanto, nunca achei que estivesse sozinha de verdade.

Se hoje eu consigo falar sobre esses achismos todos usando o pretérito perfeito, grande parte disso eu devo aos amigos que ficaram ao meu lado incansavelmente me ouvindo chorar, me ouvindo dizer que eu queria que o mundo interio explodisse e me trazendo pra Terra quando eu estava em surto. Surtos de "vou largar tudo", surtos de "vou trabalhar 24 horas por dia pra nunca mais ter que ir pra casa" e surtos de "eu fui muito injustiçada".

Eu ainda acho que fui injustiçada. Ainda acho que fui a maior vítima de um enrosco de gente que se achava livre e que no fundo só conseguiu ser infeliz. Eu sou fruto desse enrosco todo e ninguém pode me culpar por ter tido, nos últimos dois meses, a maior crise de identidade possível. Uma crise sem precedentes.

E aí repito aqui: mesmo louca da periquita, com todos os motivos do mundo pra me sentir a pior das criaturas, pra chorar alto em casa todas as tardes falando no MSN, pra achar que tudo estava sem saída, eu nunca estive sozinha. Tinha sempre algum amigo pra me fazer rir, pra me acalmar, pra dizer que estava comigo, pra me chamar pra beber, comprar sofá, dançar, almoçar.

Eu não tenho como agradecer aos meus amigos. Só sei que a frase daquela música dos Beatles é a coisa mais verdadeira atualmente pra mim:

I get by with a little help from my friends.

Obrigada! ;-)

terça-feira, 3 de junho de 2008

Escola alternativa o caralho, eu quero é chamar professora de tia!

Falando sobre traumas infanto-alimentícios, é tudo culpa da escola alternativa em que estudei. Minha mãe achava bonito ser hippie e salvar a natureza, aí foi trabalhar nessa escola e eu tinha bolsa. Encravada no meio do mato no km 23 da Raposo Tavares, ir para lá era uma viagem diária. Eu estudava em período integral, ainda que estudar não seja um verbo apropriado porque eu "estudei" lá dos 2 aos 6 anos. Mas as lembranças são vívidas, amiguinhos. Vívidas e algumas delas um tanto quanto traumáticas. Pensem que nessa escola havia barrancos e muito mato. As salas de aula, chamadas de abrigos (olha que coisa mais MST!), eram construções de tijolos aparentes que, no inverno, congelavam professoras e aluninhos. Todo semestre era definido um tema de estudo e toda a escola girava em torno disso. Isso é interessante, de verdade. Não é interessante quando a coisa é levada às últimas conseqüências e você se vê obrigada a participar de uma simulação de ritual de algum povo pré-colombiano - acho que eram os maias, rolava uma fixação com os maias.

Também rolava toda uma fixação com índios brasileiros. Tanta fixação que uma época a escola recebeu a visita de uns 3 de uma tribo que não me lembro qual era. Muito legal, eu sei. Mas a gente tinha que aprender palavras em tupi e cantar músicas indígenas em dialetos que não servem pra nada! Na época do estudo sobre os escravos, então, que tortura. Era um tal de ixê babá obá iemanjá odoiá que nenhuma criança de 5 anos consegue entender, que adolescentes acham a maior besteira, e dá-lhe os professores naquele empenho de levar aquilo tudo a sério e dá-lhe os alunos com aquela cara de "q" em cada apresentação, em cada reunião, em cada "hora do canto" (sim, todo dia de manhã a gente tinha que cantar), em cada "ritual". Tinha gente que levava aquilo a sério e pra mim, pequena infante, tudo era divertido. Mas acho que ali era meio depósito de crianças problemáticas. Tinha uns DEMONHOS lá que nunca vi igual. Mas tudo bem porque no final eu podia brincar e correr feliz pelo terreno enorme da escola.

Só que nem tudo eram simulações pobres de "Noviça Rebelde" pelos prados a cantar. Tinha a época de provas. Por algum motivo que provavelmente eu acharia, hoje em dia, ridículo, a época de provas tinha um nome. Indígena, claro. Tchucara. Que significa tempo de provação. Mentira, eu criei esse significado agora, não sei que caralhos "tchucara" significa. Só sei que eu entendia "Tio Cara" e ficava pensando quando é que o Tio Cara ia chegar. Nunca chegava, aquele Cara... Mas nessa época a gente tinha que se concentrar muito e tinha que fazer um monte de relaxamentos. EU ODEIO RELAXAMENTOS ATÉ HOJE, ok?! Porque ficava lá a professora, que hoje em dia é minha tia mas na época era só a professora brava, falando pra gente respirar e pensar no sei lá que porra, e fechar os olhos. Eu tinha cinco anos! Eu queria brincar! Resultado disso: não me falem que preciso fazer yoga ou meditar que me dá siricoticos. Já tentei e sempre fico com vontade de rir. Igual ao que acontecia quando eu era criança, mas aí minha professora me fazia levantar e dizer em voz alta por que eu estava rindo. Mas eu nunca tinha motivo. Ia dizer o quê? "Acho isso tudo ridículo"?

Mas o que me moveu a escrever esse triste relato foram os traumas alimentícios. Até hoje não como pão com maionese nem banana nanica. E odeio arroz integral. Odeio. Quero que os macrobióticos todos se explodam com essa de que arroz integral purifica. Essa escola seguia alguns preceitos macrobióticos ou naturebas, não sei. E dá-lhe arroz integral na criançada. Dá-lhe comida ruim mal feita. Nem a macarronada - cujo molho era feito à base de suco de melancia - fazia a alegria da petizada. Ficávamos MUITO alegres quando nos serviam macarrão com ovo, porque ao menos tinha gosto de ovo mesmo. E os lanchinhos da tarde? Cortavam as bananas ao meio lá pelas 11 da manhã - pra servirem-nos às 3 da tarde. Nham! E o pão com maionese, preparado às 10 da manhã pra ser servido 5 horas depois? A maionese tinha um leve sabor amanteigado, já estava bem amarelinha e derretida, nossa, que prazer. Tudo isso porque queriam crianças saudáveis. Lindo, isso é essencial. Mas custava não cozinhar coisas que parecem lavagem e cheiram a lavagem?

Das lembranças que eu trago na vida essa escola não é a saudade que eu gosto de ter. Ainda mais depois que voltei a estudar lá aos 13 anos e meus únicos amigos da classe eram o autista e a gordinha nerd. Mas essa parte fica pra outro dia que de mazelas alheias a vida de vocês também está cheia, não é mesmo?

Arroz e feijão. Vagem e cenoura, não.

Na minha cabeça foi sempre assim: o arroz que vai com o feijão tem que ser branco. Nada de arroz à grega, com batatas, com pimentão, com banana. Se é pra comer o arroz com feijão nosso de cada dia, que o arroz seja branco. Risoto é risoto, arroz à grega é arroz à grega, arroz com feijão é arroz com feijão. Não é difícil de entender. Mas pra minha mãe, risoto é uma viração feita com um monte de ingredientes e não leva arroz arbóreo. Arroz à grega é feito com (eca - trauma de infância) arroz integral e arroz com feijão leva vagem e cenoura. Eu digo que essas misturas não combinam. É igual a, num mesmo prato, misturar alface, tomate, macarrão, arroz e feijão numa massa corrida que me embrulha o estômago - não combina.

Mas eu abro as panelas e o que acho? Arroz com cenoura e vagem. E na outra, feijão.

Ela nunca aprende...