quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

q?

Dei uma passadinha pela C&A (podem me chamar de pobre) (pausa explicativa: então, pessoal, não fui movida pelo espírito consumista esses dias - eu dou aulas ao lado de dois shoppings. Basta atravessar a avenida. Obviamente quando me sobra um tempo, é pra pra um deles que vou, já que ficar de bobs no escritório com ar-condicionado "torne-se um urso polar" não me agrada. fim da pausa) e, pelo que eu pude entender, a coleção outono-inverno é inspirada no Japão. Aí eles estão dando biscoitinhos chineses da sorte - q? number 1. Eles devem pensar "ah, é legal abrir o biscoitinho da China in Box. Vamos distribuir para os clientes?". No que alguém são diz: "Mas a coleção é inspirada no Japão". E eis que a pessoa brilhante responde: "Ah, é tudo pertinho, não tem problema". Great success.

Abri meu biscoitinho e no papel está escrito:

"A força dos cavaleiros medievais vai fazer de você uma guerreira sensual"

q? number 2. Por favor, alguém consegue me explicar que caralhos isso significa?

Peter's back!

Finalmente meu cardápio gordelícia está completo novamente. Manteiga de amendoim original (não é amendocrem), de boa qualidade e que não "trava" a boca - só mesmo Peter Pan. Essa marca havia saído de circulação há um ano mais ou menos, sob acusação de conter salmonella. O problema foi resolvido e agora os "peanut butter lovers" podem se fartar. E, de quebra, ganhar alguns quilinhos extra - caso você exagere, é claro.

Outro dia pedi a um colega que foi passar uma semana em sua terra natal no U S and A para me trazer um potinho amigo de Peter Pan. E ele tentou fazer chantagem barata. Melkoo de azul. Agora eu posso chegar e falar pra ele pegar na chantagem e balançar really hard, porque eu já tenho a manteiga de amendoim. RÁ, palhaço.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Aquisições




Passear despretensiosamente pela Livraria Cultura num intervalo de aula é um tanto quanto perigoso. Primeiro porque eu, pelo menos, estou sempre propensa a perder a hora. Segundo porque há ofertas. E dá dor no coração deixá-las para trás. "Bonequinha de luxo" por 12 reais? Como posso deixar Audrey ali, na prateleira, quando pela bagatela de 12 teresas eu posso tê-la glamourosamente entuchada na minha prateleira onde não cabe mais nada? "Alta Fidelidade" dando sopa? O filme baseado num dos livros da minha vida, ali, ao alcance do meu cartão de débito. John Cusack jamais me perdoaria se eu o deixasse para trás, Nick Hornby cortaria relações comigo. "Fargo", que eu ainda não assisti, também por uma pechincha. E, quando estava saindo desse ambiente nocivo, desse antro que instiga o consumo, vejo "E tua mãe também" por apenas 21 realitos. Gael Delícia Bernál nunca é demais, convenhamos. Além disso, eu e ele precisamos fazer as pazes. Desde que assisti "O passado" eu peguei certo abuso do Gael (heresia, eu sei) porque o personagem dele é o homem mais idiotamente banana de todos os Universos. E eu tenho asco de homem banana. Nem nas cenas de sexo o cara mandava bem. E convenhamos, Gael no papel de songo mongo, ok. Mas songo mongo nas cenas de sexo? INACEITÁVEL. Inadmissível. Claro que isso prova que ele é excelente ator, já que fez o papel de homem manipulado tão bem que me fez pegar abuso DELE. No entanto, tenho certeza que agora voltaremos às boas.
E foi assim que entrei na Cultura apenas para ler orelhas de livro de graça e saí mais pobre. Malditos!

O sempre controverso (para mim) mundo corporativo

Quando alguém aqui é levemente mal-educado ou descortês comigo e eu reforço minha idéia de que o mundo dos coxinhas é muito mala e produz pessoas chatas e sem noção, eu me lembro que já dei aulas em muitas empresas. Eu "estou" no mundo corporativo há uns 4 anos. E realmente não posso generalizar e dizer que todos os "business people" são assim, porque isso está longe de ser verdade. Tenho ex-alunos que viraram amigos (oi, Milena!), tenho lembranças ótimas de aulas, pessoas, ex-alunos, risadas durante a aula. Em muitas empresas onde dei aulas, as recepcionistas são educadas, as pessoas sabem cumprimentar e não têm uma postura de "como eu vou a 70 reuniões por dia eu sou muito ocupado e mais importante que você". Talvez isso seja coisa de consultores... Ou de falta de noção mesmo. O problema jamais será trabalhar em escritório e fazer uso de jargões como "otimizar" e "brainstorm". O problema não é fazer parte e abraçar a causa e só ler livros com nomes bizarros que falam sobre mexer em queijos ou sobre hábitos de pessoas eficazes, felizes, lindas, ricas e poderosas. O problema é você achar que é mais que os outros por conta de tudo isso. Porque no meu mundo, quem vai a 70 reuniões por dia não é tão feliz ou melhor assim.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

He's fucking Ben Affleck

Outro dia eu falei aqui sobre o vídeo "I'm fucking Matt Damon". É realmente hilário e nem vou entrar mais uma vez na questã Matt Damon - todo mundo sabe que I'd definitely, well, er... f... marry him. Mas eis que surge a resposta de Kimmel para Damon e Sarah Silverman. E, para "machucar" Matt ele escolhe a pessoa que Matt mais ama: Ben Affleck, claro. Ambos são melhores amigos há zilênios. Não contente em chamar Ben Affleck, Kimmel convida diversos atores para participar, sendo que numa das partes ele faz uma referência claríssima ao clipe "We are the world". Tem Brad Pitt, Harrison Ford, Macy Gray, Robin Williams, Cameron Diaz, Don Cheadle, MC LOVIN. Vou repetir: MC LOVIN. Só quem assistiu "Superbad" vai entender minha euforia: MC LOVIN é tipo um dos personagens mais sensacionalmente tontos ever. Só pelo "We are the world" style eu já acharia o máximo (eu era adorava essa música quando tinha uns 5 anos), mas estamos falando de Don Cheadle de "Hotel Ruanda", estamos falando de Cameron Diaz fazendo gestos obscenos, estamos falando de Robin Williams me fazendo rir (eu geralmente acho os papéis dele de "sejamos felizes e espalhemos o amor" muito chatos). Enfim, falei demais. Assistam:

Jimmy Kimmel, Ben Affleck e convidados

Fuckingly amazing!

(obrigada, Miruzinha!)

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Juno

Lindo, sensível, ácido. Juno é a adolescente que eu gostaria de ter sido, tirando a parte da gravidez. I'm in love e quero o pôster pra colocar na parede de casa.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Me pinta que eu tô bege.

E aí como eu estou passsé composé com a vida, com as pessoas, os surtos, as bipolaridades, vou colocar aqui uma musiquinha feliz pra aquecer a alma e fazer-me lembrar que nada, nada deve ser levado muito a sério. Incluindo aí surtos alheios. Ou bipolaridades. Ou ambos. Enfim. Vamos dançar ao som de Mika.


Grace Kelly - Mika

Do I attract you?
Do I repulse you with my queasy smile?
Am I too dirty?
Am I too flirty?
Do I like what you like?

I could be wholesome
I could be loathsome
I guess I'm a little bit shy
Why don't you like me?
Why don't you like me without making me try?

I try to be like Grace Kelly
But all her looks were too sad
So I try a little Freddie
Ive gone identity mad!

I could be brown
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtful
I could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why don't you like me?
Why don't you like me?
Why don't you walk out the door!

How can I help it
How can I help it
How can I help what you think?
Hello my baby
Hello my baby
Putting my life on the brink
Why don't you like me
Why don't you like me
Why don't you like yourself?
Should I bend over?
Should I look older just to be put on your shelf?

Say what you want to satisfy yourself
But you only want what everybody else says you should want

*Levantando a plaquinha* "EU JÁ SABIA"

Acredito piamente que gente sonsa é uma das piores raças que já habitaram esse imenso e inútil planeta. Tenho horror de gente dissimulada e gente ardilosa, e, geralmente, é perfeitamente plausível aplicar esses dois adjetivos a um sonso. Ou sonsa. Ser sonso é diferente de ser bonzinho. Os bonzinhos também são uma raça pentelha, mas porque sempre transbordam amor e caridade 24 horas por dia, isso quando não são excessivamente simpáticos. Aí fodeu: criou-se a "tríade coração bom", que me irrita profundamente. Gente boazinha demais é chato. Mas é só isso: chato. Já os sonsos são ruins mesmo. Porque eles ficam com aquela eterna cara de cachorro perdido no meio do mato e costumam falar só coisas de gente boazinha. Mas fazem muito bom uso da auto-piedade para, não só ganhar a simpatia do restante dos ceresumanos (que geralmente acham lindo uma pessoa que é coitadinha) como também pra foder o barraco de quem passar pelo seu caminho. E fodem pelas costas - ou seja, as conseqüências são bastante desastrosas. Eu ia dizer doloridas, mas esse é um blog que não faz trocadilhos infames. In a nutshell: pessoas sonsas são THE HORROR porque não são tão facilmente identificáveis e porque funicam sua vida enquanto você acha que aquela pobre alma com cara de idiota não consegue fazer mal nem a um protozoário. Eu posso falar aqui por parágrafos e mais parágrafos, já que, como meus amigos bem próximos sabem, eu fui "vítima" da maior sonsa da história dos sonsos há uns dois anos mais ou menos. Cada coisa que eu descobria era um susto. Mas concentremo-nos no caso de agora.

Pois bem. Uma das professoras de Espanhol da empresa, que eu já mencionei aqui duas vezes, aprontou o maior rebosteio com a professora "chefe" dela. Por pouco não sobra grandão pra essa professora chefe da área de Espanhol, que está lá há cinco anos. E tudo porque a songa monga, que todo mundo tratava feito boba porque ela quase chorava só porque não tinha sala disponível para aula, resolveu botar as asinhas de fora. Eu nunca fui com a cara dela e realmente não me surpreendi quando soube do acontecido. Lamentei pela chefe da área, que passou por maus bocados. Também não me espantei quando a chefe me falou que a sonsa não gostava nenhum pouco de mim: me achava metida e nojentinha.

*Levantando a plaquinha* "EU JÁ SABIA"

Eu não faço questão de ser amiga de todo mundo fora do ambiente de trabalho. Na empresa, então, eu sou o mais reservada possível. Falo com quem tenho que falar, dou minhas aulas e vou embora. Garanto o meu trabalho, fico disponível para o RH, ajudo em tudo que precisam e, quando preciso discutir algo importante, discuto com a chefe da área de Espanhol. Não tenho que dar explicações e nem ser fofa com uma professora que, além de me dar nervoso, ainda curte uma fofoquinha firmeza. Podem me chamar de escrota, eu digo que sou cautelosa. Porque se eu não fosse assim, reservada, com certeza teria sobrado pra mim no furdunço que a songa monga criou. O ambiente corporativo já é cruel com quem faz parte dele. Com quem presta serviços, então, nem se fala. Basta um pequeno escorregão que já dispensam seu trabalho.

Então a sonsa pode me achar metida, nojenta e antipática. Sou mesmo. Amigos eu tenho fora dali. Amiga eu sou de quem me passa a impressão de ser alguém bacana de verdade. Ficar de fofoquinha com quem, sinceramente, não me interessa, não faz parte do meu show.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Get on your dancing shoes...

Toda vez que coloco meus sapatos de dança (eu tentei dançar com meus sapatos, mas scarpin machuca o pé, rasteirinha é desajeitada, all star é imprórpio) eu me lembro dessa música do Arctic Monkeys. O que significa que em todo começo de aula de dança eu estou mentalmente berrando um rock enquanto as pessoas estão sacudindo ao som de forró, invariavelmente Falamansa. Banda, aliás, que poderia ser usada como cobaia em alguma expedição à Marte. Bastava o Tato começar a cantar "pra surdo ouvir, pra cego ver, que esse xote faz milagre acontecer" que os marcianos ficariam irritados e sairiam de suas casas pra exterminar aquele mal alienígena. Pronto, teríamos aí um bem à humanidade e uma façanha científica: sem Falamansa no mundo e a prova de vida extraterrestre. Dou graças aos deuses que Natiruts não seja forró, porque senão eu choraria de tristeza toda aula. É como disse o Matracaman (novo personagem que será descrito brevemente): "cadê o bom e velho Gonzagão? Cadê a Elba?". I agree, Matraca, I agree.

E aí vem a hora do samba de gafieira, que chega a ser um refresco para meus fatigados tímpanos: geralmente rola um sambinha eshperrto, e eu gosto de samba. Tristeza é quando meu professor quer nos castigar e coloca Katinguelê pra gente dançar. Cada "Inara-inara-inaraí" ou "lua vaaaaaai" eu tenho vontade de começar a rir e fazer passinhos ridículos, aí erro todos os já complicados passos da gafieira. Na hora do bolero eu acho ROOTS, rolam uns "La barca" firmeza, uns Julio Iglesias e pô, Julião é amor. Na hora da salsa eu não entendo patavinas das músicas, geralmente rápidas demais pro meu parco espanhol. Quando eu entendo é sempre algo brega pra caralho, tipo o amor se foi, o amor ficou, volta meu amor, vem bailar la salsa. Mas salsa é muito legal, então tudo bem. Na verdade, salsa, forró, samba e bolero são muito legais - mas a vantagem da salsa é que consigo ignorar as letras.

Agora triste, triste mesmo, são as músicas de zouk. Porque eu faço o curso específico de zouk - iniciantes. É logo depois da minha aula e minha turma quase toda começou a fazer. Não tenho mais idade pra peer pressure, eu sei, mas eu fiquei uma aula esperando o pessoal pro café, a outra aula pro sorvete e aí, quando dei por mim, já estava lá deslocando meus quadris. O zouk faz você deslocar os quadris, mas tem a vantagem de te preparar pra duas coisas: como fazer uma dança do acasalamento e como ser bailarina do Gugu. Ou ambas as coisas, caso você seja empenhada. É um tal de jogar cabelos e fazer movimentos lânguidos e rebolar e cair pra trás (famoso cambré). Só não desloco o poescoço porque durante a aula tenho outra preocupação um pouco maior: manter minhas partes pubianas um pouco distantes das partes dos parceiros. Porque né, pessoal, o zouk é GRUDADO. E eu tenho pânica daquele lance "meu popô no seu pipi" na hora de dançar (fui específica): fica aquele rala coxa dos infernos e VAI QUE a pessoa se empolga. Vai que. Melhor evitar. Então eu me policio pra manter a distância.

Ah, claro. As músicas do zouk. Zouk já é difícil - um dos motivos que me fez continuar nas aulas, apesar de não gostar tanto do gênero musical. Mas mais difícil do que deslocar quadris, mexer a bunda como se não houvesse amanhã, jogar os cabelos, fazer movimentos sinuosos pra trás e ainda não deixar o parceiro encoxar demais (sinceramente, encoxar já faz parte do zouk, é inevitável. Evitável é estar tão grudado que pode-se localizar o rim ou o fígado da pessoa. Isso eu evito demais) é aturar as músicas de zouk. Quando são em francês, menos mal, eu não entendo muita coisa. Mas quando é "My heart will go on" ritmo de lambada ou ainda "let it be" em ESPANHOL e em ritmo de lambada, rola todo um arrepio que, obviamente, é desgosto e não resultado de todo o contato corporal que só o zouk proporciona.

Por isso, minha dica: zouk é meio brega. Se você não for "dance freak" que nem eu, não faça. Crie você mesma a sua dança do acasalamento e arrase. E, em caso de seu sonho ser bailarina do Gugu, bem, então caia mesmo na dança, porque você já é brega. Uma coisa a mais, uma a menos, não fará diferença alguma.

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E minha alegria porque vai começar "Dança dos Famosos"? Não me chamem pra sair aos domingos à tarde, pessoal. Desculpe, mas se antes eu já assistia todos, agora tenho mais motivos ainda: é tipo um laboratório pra mim. Eu pensei em ficar famosa só pra poder participar, mas acho que vai demorar. Então vou me dedicar bem às aulas pra poder ser jurada "lá vem a Chu lala lalalalalala!" e desbancar aquele mala sem alça do Carlinhos de Jesus.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Pessoal demais, mas necessário

Talvez ninguém, além de mim, consiga entender a dimensão da minha decisão. Porque a verdade é que cada um sabe de si e é mesmo difícil SE entender, quem dirá entender algo que, aparentemente é tão simples e até mesmo esperado, mas na verdade não é. Não é porque eu sei o que eu vivi até hoje aqui. E são 29 anos de vivências. De convivências. É possível saber cada nuance da personalidade de alguém em tantos anos. É possível prever reações. É possível prever lágrimas, lágrimas que não, não são drama. É possível prever o tamanho da revolução que será a partir de agora. Porque a mudança, todos concordam que seja grande, bem grande. Eu gostaria que tudo fosse mais leve e mais simples, mas pareço esquecer que na minha vida nada nunca foi leve ou simples. E digo isso como fato, e não como auto-comiseração - isso, jamais. É apenas um fato que tudo, absolutamente tudo relacionado à minha família, à minha história, ao meu trabalho, tudo tenha sempre sido difícil. Não seria agora que tudo se tornaria fácil, como num passe de mágica.

Se há duas semanas eu escrevi todos os meus desejos aqui, digo que agora parece que apenas um faz sentido. É certamente o mais importante de todos, o mais desgastante, mas o que me fará mais feliz. E, sinceramente, os detalhes dos outros desejos parecem não fazer sentido nenhum agora. Eu só preciso ficar comigo. E resolver a minha vida e acatar à minha decisão.

Será melhor pra mim, pra ela, pra ele. Melhor pra todos nós. E apesar de estar apreensiva, asniosa e de já ter chorado horrores, eu sei que é o melhor e não me arrependo, de maneira alguma.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Das bizarrices que ouço na rua...

Outro dia eu estava perto de casa, andando com meu vestidinho verde musgo, com o vento forte batendo em meu rosto e meus cabelos Medusa style. O vento também estava marcando o vestido no meu corpo, mas não era uma imagem propriamente sensual, porque, vejam bem: descabelada, com uma bolsa enorme, cabelos na cara e tentando não tropeçar e ao mesmo tempo tirar os cabelos dos olhos. Eis que um "homem" passa por mim, sorri e diz:

- I can see your crotch!

SÉRIO. Em Inglês mesmo. My crotch? SOCORRO. Passado o primeiro choque por ter ouvido uma grosseria em Inglês no meio da Avenida Santo Amaro e passado o segundo choque por ter ouvido um mané falar sobre, enfim, my crotch, eu não me fiz de rogada, ignorei que no ano passado fui seguida por um tarado onanista exatamente porque reagi ao que ele me disse e respondi:

- You son of a bitch! I speak English!

E aí o "homem" me manda um beijinho. SÉRIO.

Passadas duas semanas, estava eu e minhas amigas no Rio. Na Lapa. Só no ziriguidum do samba e ouvindo "créu, créu, crééééééééééu" e "eu vou pro baile de sainha" em cada esquina. Vejo um senhorzinho no melhor estilo "tiozinho do dogão" vindo em nossa direção. Ao passar por nós ele fala:

- MARVEILLEUSES!

Tiozinho. Do. Dogão. Falando. Francês. Mon dieu!

Ao menos na Lapa ouvimos um elogio, e não uma referência a nenhuma parte específica de nossos corpinhos.

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Bom mesmo foi ouvir um aluno meu hoje:

- Teacher, I need to say something. And please, don't think I'm hitting on you, 'cause I'm not. Mas vou falar em Português mesmo: você está radiante hoje! Até seus olhos estão brilhando mais!

Então tá. Nem vou analisar o caso, mas é bom saber que eu estou radiante, sabem. Eu nem sabia disso.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Tá puta, tá puta, tá puta? Fale a respeito!

É bem simples o motivo que me leva a extravasar minha raiva quando fico brava. E por extravasar entenda falar a respeito. Eu ainda não adquiri hábitos violentos e não tenho o costume de ter chiliques - aliás, eu odeio chiliques, mas sobre isso falarei outro dia. Pois bem, quando fico brava eu falo. Se não tem como falar com a pessoa que me deixou brava eu converso com algum amigo. Ou amiga. Ou amigo e amiga. Enfim, o importante é que eu fale a respeito e xingue e extravase tudo. Retomando a primeira frase do texto: o motivo é simples - no dia seguinte eu estou calma e dois dias depois eu só penso, com um sorriso no rosto e coração tranqüilo: "foda-se". Fiquei puta da vida na segunda-feira. Hoje dei risada da história quando contei para uma amiga.

Extravasar é o canal.

Auto-conhecimento - a gente vê por aqui.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Dia de sitcom

O dia amanhece belo numa segunda-feira de fevereiro e, depois de muitos dias de uma cidade cinzenta, o céu está azul. Isso me enche de alegria. Fico até de bom humor, e são só seis horas da manhã. Coloco meu querido vestido "Onde está Wally" e salto e vou contente (juro) dar aula.


(parte do vestido "Onde está Wally", participação especial de Klein arrasando no foxtrote)
Saio da aula olhando pro belo céu da manhã e penso: "que belo dia! O que poderia dar errado num dia assim?". A resposta chegou em segundos, quando tropecei na calçada esburacada da Paulista. A Paulista está em reforma (???), está pior que Sarajevo. Levantei, altiva, e atravessei até o canteiro central. Meu salto prendeu numa parte onde havia areia, o sapato saiu do meu pé, eu fui pra frente e por pouco não fui atropelada. Coloquei o sapato de volta, ainda confiante. Meu celular deu pane e me fez pagar um mico com alguém que eu não queria pagar nenhum tipo de animal, quem dirá mico. Não depositaram meu pagamento, fazendo com que algumas contas atrasassem. Meu irmão de 18 anos e desempregado resolveu que acordar às 4 da tarde é batuta e legal e começa a fritar ovos e enche o apartamento de puro aroma de gema - e eu querendo esfregar gema na cara dele. Vou dar aula e, saindo da empresa, recebo uma mensagem sem noção que me enfureceu tanto, mas tanto, que saí e fui comprar uma barra de chocolate pra me acalmar. Hello? Eu nunca como barra de chocolate, não sou chocólatra. Sinal de que a pessoa realmente me tirou do sério. E pior, colaborou para as calorias do dia. Volto pra casa pensando que tudo o que quero é um banho e a minha cama. Chego em casa e minha mãe avisa que o chuveiro quebrou.
Ou o roteirista da minha vida ontem resolveu tirar uma com a minha cara ou aquele lance de dia de azar realmente existe.
Beautiful day? My ass.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A vingança da operadora de celular

Aí que eu respondi uma mensagem hoje. Só que meu celular acusou que a pessoa não havia recebido. Eu reenviei. Novamente, acusou não recebimento. E eu, obviamente, reenviei. Pela última vez. Pronto, dever cumprido. Dez minutos atrás recebo um sms da pessoa. Me chamando de darling e dizendo que recebeu nada mais nada menos que DEZ mensagens idênticas hoje - pra quem nunca te chama de "darling, ironia detected. Minha cara foi no chão, óbvio, mesmo sabendo que a culpa não foi minha. Uma amiga minha recebeu a mesma mensagem 3 vezes. E uma outra amiga respondeu um sms meu e até agora eu não recebi.

Hello Claro, é pra eu desistir de usar sms? Como fico eu nessa situação, já que eu não gosto de falar ao telefone? Hein? Hein? Hein?

sábado, 9 de fevereiro de 2008

I'm fucking Matt Damon. Unfortunately not true, it's just a video.

Antes de ver o vídeo...

Pra quem não conhece, Sarah Silverman é uma comediante americana tosca pra cacete - suas composições só perdem pro Stephen Lynch, mas sobre ele eu falo outro dia. Sarah é completamente politicamente incorreta e escrota and that's why I like her - embora às vezes ela faça umas coisinhas meio chatas. Ela namora o Jimmy Kimmel, apresentador de programa de entrevistas mais ou menos à la David Letterman, mas mais engraçado - fato que eu desconheço, mas confio na fonte (valeu, Fe!).

Uma vez Kimmel entrevistou Matt Damon. E deu uma mancada: interrompeu a entrevista no meio, do nada, porque o tempo havia acabado - "Sorry, Matt, we ran out of time". Sendo Matt um cara (lindo) gente fina e (charmoso) bem-humorado (delicinha), que não merecia que sua entrevista fosse interrompida, Jimmy Kimmel se sentiu muito mal e, por mais ou menos um mês, se desculpou quase diariamente em seus programas.

Sarah, espírito de porco, resolveu zoar com o namorado. Chamou Matt e juntos gravaram o clipe "I'm fucking Matt Damon". Não satisfeita, ela foi ao programa do namorado e apresentou o vídeo. She rocks, seriously.

Sarah Silverman e Matt Damon

Depois de ver o vídeo...

Eu sei que existem homens mais bonitos. Eu sei, gente, eu sei. Mas eu já falei a respeito de Matt e sua beleza imperfeita - e perfeita para mim (se é pra sonhar, que seja alto). Esse vídeo da Sarah Silverman apenas corrobora minha teoria de que Matt é gente fina. E tem senso de humor. Ou seja, ele é todo um conjunto de predicados que me atrai: tem ombros largos, não é toco de amarrar jegue, tem um sorriso que varia entre a ternura e a safadeza, olhar idem. É gente fina, tem senso de humor, é engraçado e parece ser fofo. Escreveu um roteiro com o melhor amigo e BAM! foi indicado pro Oscar. E, além de tudo isso, ele tem senso de humor. E é gostoso. Já disso isso? É pra enfatizar como isso é importante pra mim.

Momentos TOP no vídeo: ele fazendo a piadinha de "mapples" e se explicando. Ele dançando hip hop. Ele cantando hip hop. Ele no final, tirando GRANDÃO com a cara do Jimmy Kimmel. Ele.

Fucking Matt Damon? I wish!

E tem o sotaque, né, jemt? Sotaquinho americano. Morro.

Em tempo: tipos que Kimmel e Matt são miguxos e o lance de "ran out of time" era brinks. Tem toda a explicação (com mais três vídeos ótimos, principalmente esse - o ajudante de palco Guillermo, mexicano gorducho, substituindo Matt em "The Bourne Ultimatum") aqui. Love you even more, Matt!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Carnaval no Rio

Com chuva as ruas ficaram nojentas, com aquela pastaroca de sujeira, água, confetes, areia, xixi e paremos por aqui senão vou morrer por leptospirose com antecedência. Rolou uma muvuca, fato. Rolou irritação por causa da muvuca, fato. A Lapa estava com odores agradáveis de urina e sei lá mais o quê. Mas querem saber? O Carnaval no Rio é do caralho. Claro que a chuva atrapalhou, claro que tudo ficaria melhor com céu azul e nuvens fluffy de algodão. Claro que teria muvuca, hello, era Carnaval. E claro que teria irritação, hello, ninguém gosta de gente passando a mão na sua bunda sem sua devida autorização e vontade. Mas é como diria o grande filósofo: faz parte. Faz parte se jogar, faz parte pular, faz parte esquecer um pouco da vida e dançar como se não houvesse amanhã. E beber também. E morrer de amores pelas suas amigas sem noção que fizeram seus dias felizes. Carnaval no Rio é do caralho porque é democrático, é de rua, não pede abadás e nem rios de dinheiro pra você se divertir. Você vai, compra uma cervejas e sai pulando no meio da multidão. Simples e acessível para todos. Por mais que eu reclame de gentalha, patuléia e seresumanos, eu realmente acho muito legal que haja a possibilidade de diversão para todos, sem muitos elitismos ou gastos. Carnaval do Rio é do caralho porque é no Rio. E podem falar o que for daquela cidade: que é violenta, mal-cuidada, decadente. Falem, falem. Isso nunca vai alterar o amor que tenho pelo Hell Djanerow. Amo o clima, os prédios, as praias, os amigos que tenho lá. E, finalmente, Carnaval no Rio é do caralho porque só lá é possível fazer piadas a cada 5 segundos e voltar de lá com um milhão de piadas internas. Resumindo: Carnaval no Rio é do caralho. E ponto final.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Breves diálogos carnavalescos

Bloco em Ipanema, domingo à noite:

Sem noção 1: Posso te mostrar meu tique?
Eu: Claro que não.
Sem noção 1: Mas é simples!
Eu: Não.
Sem noção 1: Tá. Então, toda vez que eu vejo uma menina de chapéu eu faço isso: *bate na aba do meu chapéu* e digo: chapéuzinhôôô! Hahaha
Eu: ¬¬

Sem noção 2: Nossa, você tem olhos verdes? Que lindo! Por que você tem olhos verdes e eu não? *faz um bico ridículo*
Eu: Porque você não foi geneticamente favorecido. Eu fui.
Sem noção 2: Parabéns pela resposta. Foi o fora mais legal que eu já tomei. Sério, parabéns.

Tamos aí pra isso: distribuir simpatia e fofice por aí, desde 1979.

O mais engraçado foi encontrar com Sem Noção 1 e 2 no dia seguinte, na Lapa. No meio da muvuca master, olho pro lado e vejo o "chapéuzinhôôôôô" e seu fiel escudeiro. Obviamente eu não vi isso como um aviso do destino e saí de perto. Vai que, né. Vai que eles resolvem falar, sei lá, do tique que um deles têm de dar peteleco na bunda de meninas de calça jeans. Preferi evitar a fadiga.