domingo, 20 de julho de 2008

Mãe dá muito trabalho - ou - la suegra no me gusta a mi

(conteúdo do post alterado)

Então, eu editei o post mas o assunto é o mesmo. Mães. Continuo achando que mães dão trabalho. Ao menos a minha me dá bastante. Ser filha de dona Minha Mãe não é tarefa das mais fáceis, principalmente porque papéis vez ou outra se invertem e eu não quero ser mãe no momento. Nem de um bebê, quem dirá de alguém que nasceu antes de mim. A própria natureza me impede disso, não é mesmo, minha gente? Mas nesse fim-de-semana eu vi que não é só com a minha mãe que tenho trabalho. Percebi que talvez eu tenha trabalho com a mãe do meu er, rolo. Eu não sei mais as definições modernas de relacionamento, me perco toda (aê, véia). Pressuponho que namoros só sejam namoros quando ambos estão cientes disso e, mais importante, quando ambos querem que se torne algo oficial. Não é o meu caso. Mas, ainda assim, eu não sei chamar o meu relacionamento, que não é oficial, mas também não é algo solto do tipo "pego geral, uhu. e te pego também, gatzinho". Não tenho saúde pra relacionamentos abertos. Sou contra, bem contra. Então eu tenho um, sei lá, rolo com fidelidade. Haha, eu sou ridícula. Mas ãnfam, eu conheci a mamã de meu rolo. E tenho a nítida impressão de que não foi amor à primeira vista. O que é até normal, mães nunca gostam de mulheres que saem com seus filhos, acho que já é um pressuposto, inclusive. Mas ai, eu me incomodei. Devia achar uma benção, afinal, evita convites para almoços familiares dominicais. Só que PÔXA, eu sou tão limpinha, educada e fofa. Juro que não falei nenhum palavrão pra ela, juro que sorri o quanto eu podia e fui simpática dentro do meu limite, mas não teve muito jeito. Eu não sou a futura nora que ela espera ter. Claro que ela pode mudar de idéia a meu respeito e se apaixonar por minha figura cativante e modesta, mas ai, vai me dar trabalho. E eu nem vou casar com o rapaz, né. E, pra completar, o pai do moço me adora. Super apóia nosso romance, valeu sogrão. Só que os pais são separados, então se o pai me adora, automaticamente a mãe não vai me adorar. Acho tudo isso assustador, pra ser sincera. Não sei se agora eu mando flores pra mãe e piso no pé do pai chamando-o de "tiozão chato" ou se saio correndo disso tudo no melhor esquema "salve sua vida". Brinks, eu não vou sair correndo porque eu apreceio bem muito o meu rapaz. Mas que isso de ter a nítida impressão de que mamã-de-rapaz não foi com minha cara me assusta, isso é verdade.

Relacionamentos são muito difíceis, hein.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Só no escambinho, ô ô - ou - Eu arrisquei e super vou petiscar. Ui.

Troca-troca é o novo preto da estação. Ao menos para mim. Mas é um troca-troca inocente, sem bobiças. Acontece que, nesse estado de semi-desemprego, pra conseguir fazer determinadas coisas que eu quero ou gosto, tenho que rebolar. E ser cara-de-pau. Aí apareceu essa professora de Francês que gostaria de aprender Inglês. Oiu, ma chérie. Só que eu quero voltar a estudar Francês. Qual é a solução? Troca de aulas. Ambas saem ganhando e ninguém fica mais pobre por investir numa terceira língua.

Imbuída desse espírito cara-de-pau, resolvi fazer uma proposta para o dono da escola de dança: eu dou aulas para o professor que estiver precisando e, em troca, faço o curso e continuo com uma das paixões da minha vida - ouvir músicas cafonérrimas enquanto tento fazer passos juntamente com um parceiro. Bom, mandei o email e... Nenhuma resposta por dias. Ontem, quando chego à noite em casa...

TÁ DÁÁÁ!!!

E-mail do chefão dançarino mór dizendo que gostou de minha idéia e que é pra eu ir lá acertar os detalhes.

Sabem o que isso significa?

QUE EU VOU CONTINUAR COM AS MINHAS AULAS DE DANÇA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Depois desse blog quase virar o desgraceira.com, eu tinha que vir aqui compartilhar essa notícia. Porque isso também significa que minha fonte quase inesgotável de idéias para posts continuará presente em minha vida. Melhor que isso só se me disserem que o Cheek-to-Cheek tá levando a família pra fazer dança. Aí sim, inspiração pelas próximas 10 encarnações.

Aí ontem, numa troca de e-mails frenética com minhas amigas do curso, uma delas manda o seguinte:

"Camila, mais uma vez, VIVAAAAAAAAAA!!!!!!!!!
Os comentários estéticos/comportamentais estão garantidos!"

Não é lindo que não só o fato d'eu continuar no curso, como também meus comentários sobre tudo ali, sejam celebrados? Eu achei fino. Apesar de também pensar que, nossa, meu moral tá bom, hein. Celebram meu veneno.

Enfim, petizada marota. Sabadão eu volto pra minha rotina de dois-pra-lá-dois-pra-cá. Estou ansiosa pra entrar na sala quicando de alegria e pular nos meus dois professores.

Viva a minha eterna cara-de-pau.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Sobre quartos e enterros

Chico Buarque fala, naquela música sofrida, que a saudade é arrumar o quarto do filho que já se foi. Sempre achei isso a representação daquela saudade que faz doer, aquela saudade que não é nada saudável e que é a certeza de que você não é mais inteira. Imagine o que é perder alguém muito amado e tentar manter essa pessoa viva mantendo o quarto como santuário, referência, símbolo do apego e da falta de forças de seguir em frente.

É triste. Dói.

Muitas vezes é isso que fazemos com algumas situações em nossas vidas. A gente se apega àquilo. E não deixa ir embora. Os motivos para isso podem ser vários e nem é minha intenção falar sobre eles. Muito menos julgar se esse apego é bom ou ruim. Eu acho que é natural, por um tempo. Mas só por um tempo. Depois você tem que tirar tudo do quarto, arejar, pintar, transformar aquele espaço em algo novo. Porque depois de um tempo, esse apego a algo que já acabou se torna um empecilho. Você segue na vida mas não completamente. Porque o quarto está lá, arrumadinho. Vai que um dia você chega em casa e UPA! surpresa, a pessoa voltou do mundo dos mortos. É tão difícil enxergar com todo o seu coração e a sua mente que isso é impossível...

Dói.

Florentino Ariza, o homem que sempre manteve o quartinho lá, arrumado, paradoxalmente e sabiamente um dia disse que todos os amores vão para o caralho. Triste aceitar isso, mas é a realidade. Pode ser porque o amor acaba ou porque o amor nunca existiu de verdade, pode ser por tédio, pode ser por morte, podem ser muitas as razões que fazem um amor ir para o caralho. Mas ele vai. E não é por causa dessa constatação fria que a gente deixa de viver e querer um outro amor. Não é porque eles se vão que a gente deixa de almejar outro. Diferente, talvez. Mas aí entra, mais uma vez, a história do quarto lá, arrumadinho. Não há quem chegue se você ainda se mantém com um olho no futuro e um pé no passado. Mesmo que esse pé no passado esteja bem escondidinho e amuquiado embaixo da mesa, pra ninguém ver.

Às vezes é preciso que algo impressionante aconteça para que você se dê conta do seu pé embaixo da mesa. E do quarto que estava lá, sendo arrumado. E aí você volta pra casa e destrói tudo. Enterra tudo. Sim, é preciso enterrar.

Porque ninguém quer levar consigo a mortalha do amor.

E há que se seguir em frente. Sem quartos.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

La petite viking pleure

Ele: você deve ser a segunda pessoa mais forte do mundo.
Eu: É, a primeira é o Chuck Norris.

Aí eu desliguei o msn e chorei a tarde inteira.

Alguma hora as lágrimas acabam.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Gordinha

Certeza que até eu conseguir preencher todos os meus horários com alunos, eu estarei rolando. Certeza. Porque no momento eu preencho meus horários com comida. Eu cozinho.Eu planejo receitas. Minha mãe tá até assustada, porque há anos eu não tinha esse furor culinário. Outro dia eu fritei bacon e depois fritei polenta na gordura do bacon. Dos deuses, pessoal. Mas me sinto culpada, porque é dos deuses da gordura. Depois fiz o arroz doce que queimou, mas mesmo assim eu comi. Só que mamãe está compadecida de meu desemprego e resolveu fazer mais arroz doce. Que eu, obviamente, como à tarde, é meu lanchinho. Anteontem comprei carne e fiz um mega blaster bife acebolado, arroz e legumes. Ontem cortei os bifes restantes e fiz um strogonoff - eu não sigo muito receita, faço muita coisa de cabeça mesmo. Leio a receita pra ter uma idéia de como se faz e aí faço meio de olho - mas, apesar da falta de receita, ele ficou tão bom que eu achei até ruim: meu irmão devorou o que sobrou com tamanha voracidade que não sobrou nenhum filete de carne para eu requentar hoje. Hoje à noite minhas amigas querem ir ao Tollocos comer uma comidinha mexicana genérica, mas à tarde eu vou aproveitar as duas pêras perdidas na geladeira e cozinhá-las no vinho - pra comer com o creme de leite que sobrou do strogonoff. E amanhã tenho uma reunião com duas amigas, à tarde, para falarmos sobre aulas. Tô pensando em levar um bolo de chocolate que já é assado com a cobertura de brigadeiro - receita de Renata. Tenho até evitado entrar no maravilhoso Technicolor Kitchen porque as receitas que a Patrícia faz são absolutamente tentadoras. Quero fazer tudo!

Preciso de um emprego antes que minha barriga cresça a olhos vistos. Sério, jemt.

(E meus planos de arrumação? Eu fico pensando: vou arrumar minhas papeladas e meu armário. Mas eu divido os dias, né. Porque se eu arrumar tudo num dia só, e eu bem consigo isso porque ando numa disposição sem precedentes, o que terei pra fazer no dia seguinte? Sério, eu comecei a pensar em lixar a mesa de jantar que está feia, pintar paredes,socorro! Tudo porque eu realmente me recuso a ter tempo livre e ficar o dia inteirinho na internet, faz mal, eu fico com dor de cabeça. Enfim.Mais um pouco e vou poder começar a vender meus serviços de dona-de-casa. Faxineira de luxo, falo Inglês, entendo Francês e Espanhol e sei escrever. A patroa sempre vai entender meus bilhetes. Quem sabe, né. Temos que diversificar)